segunda-feira, 20 de abril de 2020

De volta ao passado...


Voltamos no tempo.

Bolsonaro assume posturas de ditador, por Aldo Fornazieri - GGN

Enquanto o mundo busca soluções para combater o vírus, o Brasil revoluciona com orações e jejum.
Não temos a solução apenas para isso. A Era Medieval se instalou definitivamente e sob o manto da democracia  —fictícia como em qualquer lugar— vai levar o Brasil, em breve, para a era moderna, desde que o povo estabeleça sua Bastilha, algo improvável.
O culto a ignorância promovido, inadvertidamente, por negligencia, ou desconhecimento social (por PMDB, PSDB e PT, cuidadores do mercado), faz-se visível hoje, quando acordamos  numa segunda-feira de 1976.
Porque 1976?
-Lembro que em 76 eu começava a entender a política nacional, pela política loca. Naquela época, após os ditadores perderem em 16 estados do Brasil, dois anos antes, iniciou-se a farra do adesismo. Muito eleitos pela oposição, por conveniências locais, foram comprados pela situação e mudaram de poleiro. Anos após, para se recomporem de nova derrota, os ditadores criaram os “senadores biônicos”.
É claro que o povo não viu. Não se preocupou e nem se interessou pelo que estava acontecendo. Pergunte hoje para alguém com mais de 56 anos, se ele se preocupou com o adesismo, ou com os biônicos.
Era a época de torturas. Quem lutava por democracia era comunista e subversivo. Quem se preocupava com a corrupção desde Itaipu, Rio-Niterói, Transamazônica, era morto e quem não concordasse com a censura era censurado.
Foi nessa época que incentivaram a ignorantização do país, foram rápidos e certeiros. Fim do ensino de qualidade criado na época de Getúlio. Apoio as atividades das igrejas da prosperidade.
Após as derrotas nas Diretas Já, passamos por momentos populista com Collor, entreguistas com FHC, social-populescos  com Lula e o mais insuportável de todos, o governo legalista e democrático de Dilma.
Não criamos nova lideranças, nem podíamos, sequer criamos seres pensantes, mas criamos políticos de galera, vomitando bobagens e propondo fim de direitos populares, com apoio do povo, que sequer sabia do que se tratava.
Assim como na década de 1970 o governo ditador comprava apoio, prefeitos, deputados e senadores, hoje repetimos o modelo.
O povo não sabe nada. Nunca se informou. Nem quer.
Um dos cata-jecas, apelido dos antigos ônibus de interior, que iam de cidade a cidade, parando a cada 50 metros, nas estradas, temos hoje os Kassabs.
Esse cidadão, após um belo acordo com o presidente apoiado pelo Queiroz, tem uma mala cheia de verbas para conquistar a ideologia de políticos.
Só nesses cantos, esquecido pelo estado e pelo demônio, temos dezenas de prefeitos, vereadores e deputados aderindo. Partindo de Guarulhos, só para não sair da Fernão Dias, passando por Atibaia e entrando pelas quebradas do mundaréu, os adesistas surgem aos montes.
Enquanto o povo, com toda razão, se esconde do Covid, o presidente fanfarrão coloca seus capangas de luxo, na busca de políticos ávidos por dinheiro. Para suas cidades, claro!
Aqui e ali, o que vemos são ratos botando o focinho para fora e buscando novos enganos.  Nada a causar espanto. Ninguém muda, é o que é.
E ai aparece o presidente falando de golpe e o STF e todos se preocupando com as falas, enquanto de real, o golpe está  em andamento. Vejam daqui a dois meses, quem se elegeu e onde estão hoje. Vejam a ideologia que juravam ontem e a que se submetem hoje.
Ai está o alicerce do golpe. A fala presidencial é apenas o ensaio de um discurso futuro. Um teste de campo, só para saber se a fala será aplaudida, no teatro de horrores, que começa a abrir suas cortinas.
Aplaudam, pois as vais serão julgadas como subversão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário