quarta-feira, 8 de julho de 2015

Erguer-se para enfrentar a reincidência reacionária

Erguer-se para enfrentar a reincidência reacionária

Precisarão nossas esquerdas de muita coragem para avançar e de muita humildade para rever seus erros. O duro é que o tempo urge

Pesquisa revela que 45% dos brasileiros se identificam, ideologicamente, com a centro-direita e a direita
Pesquisa revela que 45% dos brasileiros se identificam, ideologicamente, com a centro-direita e a direita
Não deveriam despertar arrepios os dados de recente pesquisa do Datafolha, indicando que 45% dos brasileiros se identificam, ideologicamente, com a centro-direita e a direita (13% se assumem como de direita e 32% de centro-direita), contra 35% que se dizem de centro-esquerda ou de esquerda (28% de centro-esquerda e 7% de esquerda), o que não encerra tudo, pois esses números sequer têm correspondência na composição do Congresso Nacional, majoritariamente de direita.
Consideradas as contingências e o ambiente político – como o emblemático monopólio ideológico exercido pelo pensamento de direita sobre os meios de comunicação no Brasil –, esses números até que podem ser bem recebidos, embora sempre reclamem a autocrítica que a esquerda orgânica – e à frente de todos o PT, ora teimoso, ora hesitante – recusa fazer. Os fatos não são fruto do acaso, nem o bem, como o mal, fruto da Providência, nem as eleições e as derrotas, nem o prestígio e o descrédito. Tudo tem sua razão de ser, e os fenômenos sociais estão à espera de quem os explique.
A inexistência de outra pesquisa para efeito de comparação empobrece a análise, que se volta para esses números como quem considera uma fotografia, um momento artificialmente estático, tomado ao acaso, sem um antes conhecido. Nesses termos, pensar um depois é risco para qualquer vidência. Considero, porém, que esses números revelam o deslocamento do centro – uma estação ideológica, um êmbolo – para a direita partidária, como consequência do deslocamento do PMDB da centro-esquerda para a centro-direita e do PSDB, da centro-esquerda conservadora para a direita tout court. Um e outro partidos levaram consigo, como cracas, seus satélites, uma sopa de letras que não merece menção. O deslocamento da tendência ideológica da população – movimento a ser melhor avaliado – terá sido consequência desse movimento partidário. Mas é preciso dizer que essa hipótese não encerra a verdade toda.
O mesmo oscilar à direita se observou no âmbito dos partidos de esquerda, acometidos, pela atração irresistível do Poder, de suicida leniência político-ideológica e ética, o que também contribuiu para a degradação geral da política e, por consequência, da governança. Também a esquerda no poder se deixou envolver pelo pragmatismo conservador, absorvendo acriticamente métodos, hábitos e valores da direita, inevitavelmente confundindo a cidadania e seus eleitores, assim abrindo caminho para a competição deletéria dos grupos privados, ao risco do apoderamento do Estado. Com a consequências sabidas por todos e por quase todos lamentadas.
O desempenho dos meios de comunicação como formuladores e veiculadores do pensamento de direita, antes dos partidos, seus tributários (quase todo requerimento oposicionista, no Congresso, tem por gênese uma provocação e algum órgão de imprensa, tem cumprido papel que considero decisivo, independentemente de qualquer pesquisa.
Se a questão é ideológica, como suponho seja, torna-se fundamental estudar o papel dos chamados ‘aparelhos ideológicos do Estado’, ‘formadores da opinião’, a saber, além dos partidos, os meios de comunicação de massa, a escola decadente e, na especificidade brasileira, a emergência de um pentecostalismo primitivo e reacionário com estrutura econômica, política, parlamentar, comunicacional de sorte a influir ou ditar ora a agenda do Congresso, ora a do Congresso/Governo, ao preço do retrocesso político-social, da deseducação do povo, da construção do clima de insegurança pessoal e do medo individual que logo se transformará em medo coletivo.
Hoje, não sou o primeiro a afirmá-lo, não mais se pode falar em opinião pública, mas sim em opinião publicada, aquela que nasce da convergência das forças que militam contra o progresso social e toma a forma de verdade por obra e graça dos meios de comunicação, obreiros incansáveis da despolitização e da manipulação dos fatos. O monopólio os torna oráculos da ‘verdade’, uma impostura ideológica; o monopólio os torna ainda soberanos, pois está em suas mãos a ditadura do silêncio com que condenam ao esquecimento, à não-vida, a diversidade. Assim, sem ser notada, tijolo por tijolo foi construída a catedral do ‘pensamento único’, que, sonho dos melhores sonhos ideológicos, impera contra os fatos e muda a percepção da realidade.
É incompreensível que a burocracia das esquerdas brasileiras não se tenha detido, para agir, na avaliação do papel dos meios de comunicação na formação do pensamento político, e muito menos é compreensível que após mais de 12 anos de governo de centro-esquerda nada tenha sido feito com vistas à democratização dos meios de comunicação. Pior. Nossos governos, seguindo seus antecessores, contribuíram para o fortalecimento do monopólio ideológico e da cartelização empresarial que o nutre.
Mas há muitos problemas do lado de cá de nossa cerca.
É evidente que para o desgaste da imagem das esquerdas contribuíram as acusações do chamado ‘mensalão’ e da Operação Lava Jato. A crítica à exploração sensacionalista da imprensa ou às arbitrariedades das autoridades encarregadas das investigações não anula o fato objetivo dos desmandos efetivamente cometidos e que precisam ser apurados.
Esse é o fato a ser analisado em contraste com os anos 80, que registravam o avanço político da esquerda, alimentado por vitórias que caminhavam desde a campanha das Diretas-Já, a mais notável mobilização popular republicana, até a implosão do colégio eleitoral montado pela ditadura para eleger seu delfim (lembremos: Paulo Maluf, do PDS, hoje PP) e que terminou elegendo Tancredo Neves, o candidato da oposição que não tomaria posse.
Vivemos, presentemente, um ‘ponto morto’, aquele momento da História de um país que se pode dizer sem caráter próprio, uma estação de passagem. O passado ainda não foi superado e o futuro parece distante – e dele só podemos ter um visão embaçada. O desafio não se oferece à direita, que se articula e vai ocupando o terreno deixado livre, mas às esquerdas, de quem se reclamam forças para superar o passado que quer sobreviver no presente. E erguer-se, isto é pôr-se de pé, para enfrentar a reincidência reacionária. Além de engenho e arte para assegurar a vitória do futuro, para matar no nascedouro a semente da planta daninha do golpismo, da violência e da intolerância que, juntas, formam as bases do fascismo.
Precisarão nossas esquerdas de muita coragem para avançar e de muita humildade para rever seus erros. O duro é que o tempo urge.
Roberto Amaral

segunda-feira, 6 de julho de 2015

As vaias paulistanas...

Paulistano gosta de Maluf, de Pita, de Fleury, Alkmin, Kassab... Fascistas ignorantes. Servos de grandes industrias e políticos canalhas. Pobres ignorantes que se contentam em lamber o saco de rico. Acham que são ricos, são lixos respirando a poluição de grandes empresários que se divertem na Europa. São os bobos da corte, que se contentam em serem cumprimentados por seus ídolos.Foram os paulistanos que em 30 lutaram pelos fazendeiros, mas foi Getulio, que impulsionou a cidade. Foram os paulistanos, que em 64 sairam de terço nas mãos, junto com a TFP e criaram o Brasil do Terror. Foram paulistanos que apoiaram Maluf, Laudo, Marin, QUERCIA, SERRA, e apoiam o Aócio, aquele mesmo da turma do Helicoca. É o paulistano que não sabe quem está no caso HSBC, no Trensalão. Foram os paulistanos que criaram o delegado Fleury e a primeira rota de trafico de drogas. Fizeram crescer a igreja Universal e outras seitas. Paulistanos, uma gente a ser estudada...
Trabalhadores, desde que a mão de obra seja nordestina. Geradores de empregos, desde, que as empregadas sejam escravas. 


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