Uma pequena história das eleições em Bragança
De 4 em 4 anos Bragança vive a época das mudanças, para continuar a mesma coisa, isso acontece desde
1968, quando estabeleceu-se um acordo entre dois grupos, para a eterna
manutenção do poder.
Vários grupos aparecem, se dizem concorrentes entre si, mas
nas vésperas das eleições se unem para eleger o mais forte, aquele com mais
chances de nada mudar, de conservar as coisas como estão.
Nessa história de ilusionismo política na cidade de Bragança,
apenas os nomes de José de Lima e da Família Chedid disputam o poder palmo a
palmo, mas quando correm o risco de serem alijados do poder , eles se unem para
vencer, iludir a população e manter tudo como está. Eles precisam se manter no poder, e o eleitor
precisa acreditar que são grupos antagônicos e trazem propostas de mudanças,
essa é a parte fácil.
José de Lima com o proprietário da NS Fátima.
Jesus Chedid
Nos últimos anos vimos esse filme se repetindo. Em 1968 Hafiz Chedid se elege quebrando séculos
de poder nas mãos de ruralistas. Em 1972 José de Lima é eleito e faz seu
sucessor em 1976, com Alberto Diniz. Em 1982 devido a onda de redemocratização
do país, Limas e Chedids sentem a ameaça e se unem para derrotar a oposição,
elegendo José de Lima, com 92 votos de diferença. Em 1988, José de Lima elege
Nicola Cortez e, que em 1992 passa o poder para Jesus Chedid, que devolve a
José de Lima em 1996. Esse retribui, deixando de lado a reeleição, quase
parando a campanha, para que Jesus Chedid fosse eleito em 2000 e reeleito em
2004, num projeto ocasionalmente quebrado por uma ação judicial, comandada na
época por mim, que colocaria João Solis no poder.
João Solis
José de Lima era o candidato da coligação que cassou Jesus, eu era o coordenador da mesma coligação, mas foi o próprio José de Lima quem tentou me
dissuadir a retirar a ação judicial, pois um acordo já tinha sido costurado.
A cidade poderia ter mudado e novas lideranças estariam
governando, mas o candidato escolhido e comandado pelo advogado José Eduardo
Supione de Aguirre era fraco e manipulável.
Com um secretariado escolhido por Aguirre (Sergio Pereira, Marco
Marcolino, Nicola Januzzi, Carvalho Pinto, Marilene Aguirre, entre outros) a
administração, aos poucos vai voltando
paras as mãos dos antigos donos.
Esperou-se até junho de 2007, quando a ação foi finalmente
julgada em terceira instancia e a partir dai a
administração toma rumos contrários aos interesses do povo.
Jango se reelege, as custas de manobras em pesquisas e da falsa disputa com os Chedids, numa ação
em que José de Lima renuncia sua candidatura, passa a apoiar Gustavo Sartori,
mas na mesma madrugada é convencido por Aguirre e retornar a disputa, pois seu
apoio poderia construir uma nova força política (Sartori), na qual eles não
teriam mais influencias.
Na sucessão de Jango, Lima e Aguirre com antigos políticos,
como Marcus Valle, se unem para levar um delegado ao poder e manterem seus interesses pessoais a frente dos interesses da
população, caso não vençam, venceria o candidato dos Chedids e nada mudaria.
Nesse período, que se inicia em 1968, 3 nomes surgiram no
cenário político, com chances de chegar ao poder. Com os 3 foram usadas táticas
parecidas. O primeiro nome foi Arnaldo Nardy, destruído durante a campanha por
Limas e Chedids. Surgiu então Marcio
Villaça, candidato do PMDB em 1988, traído pelo próprio partido (Valle, Lo Sardo,
Diaulas abandonam a campanha no início para apoiar o candidato de Lima). E finalmente Gustavo Sartori, que se torna
vitima de calunias e injurias deflagradas pela internet e panfletos apócrifos,
nas duas eleições em que participou.
Nardy
Villaça
Sartori
Assim o poder continua mantido. Homens sem qualquer
interesse na cultura e no desenvolvimento humano continuam no domínio da
situação. No próximo ano teremos eleições e mais uma vez as manobras serão para
a eleição de alguém ligado a um, ou ao outro.
Eles se aprimoram, temos hoje a pior administração de todos
os tempos, mas amanhã lançarão seus nomes, com um marketing bonito, que iluda
os eleitores e mais uma vez lhes de o poder. O poder pelo poder.
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