segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Nação Brasil. O sonho acabou.

O Brasil nas mãos de entreguistas.

Resultado de imagem para golpe

Está se decidindo, ou melhor já decidiram por antecipação o futuro do Brasil.
Decidido pelos piores elementos reunidos sob os olhares vendados da justiça, que o Brasil a partir de agora, deve perder a soberania.
Acaba-se um ciclo de esperança de um país livre e independente. Acaba-se aqui uma luta que se inicia há décadas, mas que é marcada pela “abertura”, anistia e fim da censura. Uma luta que teve 25 de janeiro de 1984 como seu ápice, na Praça da Sé em São Paulo.
O Brasil que sonhamos lá atrás era independente, distante do império americano do norte e livre para construir uma sociedade mais justa.
Foram, 32 anos de lutas e esperanças, em alguns momentos achamos que chegaríamos lá, mas um golpe interrompeu o sonho.
Não se trata é claro de defender o PT, ou quem quer que seja. Trata-se de defender a democracia e a soberania contra o entreguismo de calhordas a serviço de grandes corporações.
Algumas pessoas confundem, acham que defendemos o partido do governo, mas partidos deveriam ser passageiros, enquanto ideais são para sempre.
A classe média, burra, sempre manipulada é a principal arma dos mantenedores do poder de grupos.
O Brasil que venceu a fome volta a ser o país da fome. O país que venceu anos de injustiça desde a Leia Aurea, volta a ser o país dos hipócritas, o país que venceu as dificuldades para a educação dos pobres, volta a ser um país de serviçais.
Somos novamente governados por corporações representadas por bandidos eleitos pelo povo, como se fosse uma democracia. Como se eleições não tivessem resultados garantidos pela ignorância pré-fabricada num grande esquema de mídia coletiva.
A farsa da Lava-Jato, a farsa da justiça, a farsa do golpe legal, a farsa da Globo e a realidade de um povo acéfalo, manipulado e desesperado, mesmo sem saber o porque.
Vence o golpe disfarçado em justiça. Vence as corporações que compram o Brasil e transformam o povo em escravo, mas ele não sabe que é escravo. Vencem as religiões que manipulam para lucrar, vence as facções criminosas cada vez maiores e ao lado de um estado terrorista, vence a indústria da morte, de norte a sul sempre lucrativa, vence a corrupção e os falsos justiceiros.
Antes de Dilma não existiam investigações.  Dilma garantiu a delação premiada e a liberdade de investigações. Essa delação e liberdade que irritaram os criminosos.
Falamos isso há muito tempo, mas a manipulação midiática atinge ignorantes facilmente manipuláveis, bem com a pseudo-esquerda festiva e oportunista.
Todas as investigações da Lava Jato, promovidas pelo juiz Moro foram no sentido de desmoralizar membros do PT para atingir o governo Dilma levando os manipulados a acreditarem que só ali existia corrupção e que nunca se roubou tanto como hoje. O objetivo maior é Lula.
Seria simples prender os corruptos sem tanto alarde e sem escolher os partidos. Mas a função de Moro não era essa e Gilmar deixou isso bem claro, “lugar de herói é no cemitério”
Entre os delatados estão nomes mais expressivos, Cunha, Temer, Sarney, Jucá, Aécio, Caiado, Serra, mas isso nunca vem ao caso.
De um lado José Dirceu está preso e condenado a 23 anos, tudo o que se diz sobre seus possíveis roubos não chega a uma das contas de Cunha na Suíça. Sua mãe teve a casa confiscada. Uma casinha de classe média baixa de uma mulher com mais de 90 anos. Exemplo  de “justiça” do Sr. Moro, que não teve coragem sequer para interrogar a mulher e a filha do Cunha. Moro também não condenou ninguém no rombo de 600 bilhões do Banestado. Eram tucanos com proteção do Ibama.
A luta não é pelo PT, a luta é pelo Brasil, que a partir de agora  está literalmente a venda.
A culpa maior, claro, é do PT. O partido não investiu em cultura para criar uma “nação”, não teve coragem de mexer nas concessões de TVs. Fez o jogo de empresários e de banqueiros e pior, achou que poderia senta na mesma mesa dos patrões.
O golpeera eminente e seria a única forma de parar com tudo, parar investigações, trazer a direita corrupta de volta ao poder, acabar com programas sociais e privatizar o país. E é claro entregar até a mãe.
Existem interesses enormes para privatizar a saúde.  É uma questão de dinheiro, a privatização é o melhor caminho para a corrupção.  Prorrogar o tempo de trabalho do cidadão e só aposenta-lo na morte.  Acabar com a cultura (que já não existia) e deixar que a Globo cuide da formação da população,  que já vem sendo dopada há anos.
Voltamos a 1964. Agora com um golpe mais apurado. Um golpe constitucional. Imitamos o Paraguai e hoje somos moradores de um território.
O Brasil volta ao seu lugar de sempre. De quatro para os americanos.

Acabou o sonho. Dilma poderia pelo menos ter apontado o dedo na cara de cada senador e dito ao mundo qual era o preço de cada um. Seria um reinício. 

domingo, 21 de agosto de 2016

OLIMPÍADAS. NO BRASIL


ATLETA É ATLETA.

Conheci poucos atletas com cérebro, Cassius Clay, Sócrates, Afonsinho e as vezes até o Maradona.
Não ouvi nenhum atleta, nem os que receberam Bolsa Atleta, agradecendo o governo que os ajudou.
As TVs não só falam do sucesso dos jogos. Ignoraram que trouxe e deu condições.
Alguns artistas que participaram das aberturas e encerramento lembraram, que foi tudo graças a Lula e Dilma.
Nuzman que encerrou os os jogos sem falar que está imerso em uma maré de denúncias e escândalos, mais escândalos que Cunha, Jucá, Renan, Aécio e o golpista covarde Temer, que não foi homem para comparecer e receber o calor das vaias.
O primeiro ministro do Japão esteve presente, mas o interino golpista não, não pode, não é aceito pelo povo.
O sucesso econômico e de marketing foi excelente, mas isso tem uma marca esquecida, Lula.
O mundo não pode esquecer, como não pode esquecer que estamos sob um golpe de estado, um golpe jurídico apoiado pelo capitalismo internacional e grandes corporações.
O presidente do COB foi outro covarde, canalha, assim como todos os esportistas, mostrou que é apenas um esportista.
Mas se falarem de olimpíadas e de legados, falem de Lula e de Dilma, não sejam covardes, não sejam coniventes.
Em 16 dias tudo correu devidamente bem, o destaque maior ficou com a arte de abertura e de encerramento, a covardia do COB, a canalhice do corrupto Nuzman e a covardia do golpista Temer. E é claro, o esquecimento dos responsaveis por tentar colocar o Brasil no cenário mundial, mais uma vez...

sábado, 20 de agosto de 2016

Bota fogo nesse circo Dilma.

Um GOLPE de mestres.


Acusada de crime de responsabilidade Dilma será cassada.
Dilma não roubou, não meteu a mão no bolso do povo, ao contrario de seus julgadores, todos já denunciados.
Dilma foi julgada por Cunha, corrupto denunciado desde 1990.  Corrupto, réu e protegido pela justiça que morre de medo dele.
Dilma será julgada por Caiado, esse senhor dispensa comentários, um fascista latifundiário favorável  ao fim da reservas indígenas, apoiador de grileiros e assassinos do campo. Por Aécio, o homem que acabou com Minas Gerais e entre outras coisas construiu com dinheiro do povo um aeroporto nas terras de sua família. O Homem de Furnas.
Dilma será julgada por Jucá, há anos no centro dos escândalos do norte, escândalos que vão de corrupção a venda ilegal de nióbio. Dilma será julgado por Perrela, o dono do helicóptero, dono da fazenda e patrão do piloto que levava 450 quilogramas de cocaína de alta qualidade  para suas terras. Dilma será julgada por Anastasia, uma sombra de Aécio que acabou com o que restava de Minas, que responde a vários processos. Dilma será julgada por Aluísio Nunes, o homem que declarou o valor de sua fazenda por 1 real, um louco movido a álcool, que já foi motorista de Marighela mas nunca passou de um covarde.
Dilma será julgada pelos homens mais sujos do país, mas ela, Dilma, não tem um crime, a não ser o de não conter investigações.
Dilma será julgada por Bolsa Família, por políticas de igualdade, por conquistas sociais.
Dilma será julgada por não colocar a lei de mídia, por não denunciar congressistas que cobravam pedágios, por não denunciar empresários bandidos, por não vender estatais a preço de banana como fez FHC, por não se curvar e nem vender o Brasil. E por não parar as investigações.

Dilma no senado.

O que esperamos de você Dilma?
Nos seus eleitores, petistas e não petistas como eu, nós e seus amigos, como a Vânia, ex-mulher do Roberto, amiga de guerrilha que hoje sobrevive em um asilo. Nos e todos os coxinhas que acreditaram até a virgindade das próprias mães. Nós e o mundo esperamos que você enfrente os senadores corruptos, como enfrentou os militares ditadores.
Esperamos que você olhe para cada um e diga o quanto enriqueceram na política.
Esperamos sim, que você olhe para o Caiado e fale sobre os latifundiários, sobre os índios e posseiros assassinados. Esperamos que você olhe para o Aécio e fale sobre furnas. Que olhe nos fundos dos olhos do Anastacia e fale sobre as pedaladas dele. Esperamos que você fale do Buarque, do Zé Serra, que não está lá, mas você sabe das contas em Cayman. Esperamos que você olhe para o Renan e olhando para ele, nos conte quanto ele levou. Que denuncie seus ex-ministros e ex-ministros de Lula, que hoje estão contra você. Que olhando para a câmera da Globo questione o Moro sobre o Banestado.
Dilma, você vai perder, nos sabemos disso, mas perca em pé.
Mostre ao mundo a farsa desse julgamento. Mostre o pre-sal.  Mostre o que Serra e FHC fizeram com a Embraer. Mostre como joga a FIESP.
É hora da verdade. Seja cassada pelos bandidos, mas denuncie um por um. Não há nada a perder, mas essa será a vitória.
Dilma deixe de lado aquele discurso técnico do Cardoso. Você sabe que não adianta nada. Nós também sabemos. Entregue até o STF, você sabe muito.

Detona DILMA. Bota fogo nesse circo. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Eleições... Grandes negócios





A aquisição ilícita de pleito, popularmente conhecida como compra de votos é uma prática eleitoral dolosa e ilícita, não necessariamente explícita, de adquirir votos em troca de bem ou vantagem de qualquer natureza, inclusive empregos, funções públicas, presentes e influencias políticas. Esta é uma prática condenável dentro da política brasileira, muito embora haja relatos de sua aceitação desde o período da República Velha.

No Brasil atual existem muitas leis para coibir a pratica da compra de votos e uso excessivo do poder econômico, porém não existem mecanismos e pessoas capacitadas para acompanhar as eleições, ou definir atos ilícitos.

As contas e ações são julgada de acordo com critérios legais e formais. Não existem pessoas com formação suficiente para analisar e determinar os gastos excessivos. Assim um candidato pode provar que gastou X, quando na verdade seu gasto foi 100 vezes superior.

A Justiça Eleitoral não conhece e não questiona custos reais.


Eleição profissionalizada por grandes empresas


Ficou apenas na história, a era das grandes eleições, dos grandes comícios, das propostas e brigas de rua. Hoje palanque e brigas de correligionários é algo que soa romântico aos ouvidos de quem viveu e bizarro a quem não conhece.

Foi a época de bons contra os maus, das propostas contra a mentiras, hoje é a época do marketing, quando um candidato preparado para ser vendido como sorvete, frio e inerte. Não pode falar sobre determinados assuntos, não pode gesticular mais do que cabe na TV, e suas propostas são pasteurizadas e equivalentes aos outros.

Antes, para ganhar uma eleição era necessário dinheiro, muitas vezes o voto era comprado e poucas vezes denunciado. Hoje compra-se a eleição de acordo com as normas, que são as leis burláveis.

Em primeiro lugar, o que interessa não é mais a qualidade do apoio, mas o tempo na TV, uma distorção causada pelo multipartidarismo brasileiro, dominado pelas legendas de aluguel.

Também não se vê apenas a quantidade de dinheiro a disposição, mas quem serão os financiadores.

Os financiadores preferencias são as empresas concessionarias de serviços públicos, que vão alimentar o caixa dois da campanha. Depois vem os prestadores de serviços, e outras empresas que sobrevivem como satélites do poder.

Ganha a eleição que tem o maior numero de empresários na contabilidade do caixa dois. Assim os preferidos são as empresas de ônibus, lixo, pavimentadoras, construtoras , empresas de monitoramento e radares, e já começa uma disputa pelas empresas do ramo de informática.

A colaboração dada em dinheiro, nesse caso do caixa dois, vai para o pagamento de cabos eleitorais, combustíveis e compra de votos, ou candidatos de outros partidos. Esse montante é geralmente, 10 vezes superior aos gatos declarados. O material oficial, produção de TV e 10% do gasto em papeis e pessoal de rua, é pago com dinheiro declarado.

Uma produção completa de TV , de alta qualidade, para uma cidade de 150 mil habitantes, não fica por menos de 700 mil reais. Serão declarados apenas os custos com material visível, como fitas, cenários, aluguel de locação, etc. Gastos com direção vão para o caixa dois, dificilmente aparecem em prestação de contas, como também não aparecem, os gastos com assessoria de imprensa, maquiadores, fotógrafos, revisores, mixagem, compositores, desenhistas, montadores e outros. Muita gente declara a produção, equipe, supervisão e divulgação, como presentes, mas não estipulam valores, como pede a lei. A "justiça eleitoral" acaba aceitando por desconhecimento de preços e das praticas.

Um candidato majoritário, cuja chapa contenha cerca de 40 candidatos a vereador, gastará cerca de, no mínimo 40 mil reais por candidato (gasolina, material impresso, vídeos, gravações, reuniões etc.).

Outro gasto que pouco aparece na campanha é com seguranças. Temos visto o numero crescente de seguranças nas campanhas, mas sempre aparecem como amigos voluntários.

Não se desconsidera ainda o valor do famoso marqueteiro, outro, que nas prestações de contas, nunca aparecem, mas sabemos que eles existem.

Os marqueteiros não são os coordenadores de campanha, esses são outros profissionais igualmente caros.

E o outro departamento, que nunca entre na contabilidade oficial é o "departamento de maldades", que cuida desde a escuta telefônica de opositores, a publicação de mentiras, hoje na internet, a destruição de material do adversário. Não é um departamento barato.

O que as empresas ganham? É o que muitos perguntam. Elas ganham a sobrevivência. O investimento feito retorna em poucos meses. Basta um atraso na renovação de passes, um linha que possa ser mexida, um aumento de 10 centavos, um asfalto contratado com 15 centímetros que possa ter uma medição amiga, uma escola quase caindo, por erro de cálculos, que não representará sanções no futuro, um piso trocado numa rua, por algo inferior ao cotado, a concessão de uma festa, sem impostos e muita ajuda municipal, tudo faz a diferença, o povo não vai saber e a justiça não ira investigar.

Assim, o administrador eleito, passará sua administração pagando contas, com empresários. O povo se dá por feliz e vamos para a próxima eleição, onde tudo se repete... Ainda necessitamos acreditar no salvador. O novo, que vem para mudar.


O Vitorioso


Hoje quem vence as eleições não é um candidato, mas um grupo político comando por interesses de empresários. Ai contamos com a sorte, se o candidato é o suficiente corajoso e digno para romper com o sistema e governar para o povo.

E assim continuará, até que exista uma reforma política e a justiça eleitoral seja equipada, principalmente com técnicos capacitados e intocáveis. Além disso há a necessidade de financiamento publico e emissão de bônus para “tocar” a campanha. Com leis claras, e punições severas e imediatas.
Mas nada disso funcionará sem a reforma cultural, pois o povo tende a eleger seus iguais.
Não há espaço para a ilusão. A mudança deveria começar pelo povo, mas a ignorância é obstaculo. Logo se torna importante avaliar o candidato, saber de seus processos, seus costumes e torcer para que ele apos se eleger rompa com o processo. Não existe a menor possibilidade de candidaturas independentes, a não ser para se fazer o jogo daqueles que dominam.

A farsa democrática



Acreditar em conhecimento político macro, sem conhecer a divisão de poder nas províncias é mera ilusão. Macro é o coletivo de muitos micros. Ou micros são as formadoras do grande poder.


Como explicar isso?


É difícil teorizar, o que na pratica, foi sendo construído há séculos, mas só nos últimos 15, ou 20 anos começou a se transformar numa nova geografia do poder.


É a divisão do país em feudos. Senhores feudais promovidos a donos de regiões, onde elegem seus marionetes e comandam os serviços, compras, concessões, empreendimentos, e desenvolvimento necessário para iludir o povo.


A tradução desse esquema não é muito fácil, seria necessário investigar para poder provar, mas acredito que antes de uma investigação, os investigadores serão aniquilados.


Tudo está relacionado à manutenção do poder. Para se ter um grande poder federal, forma-se a teia do pequeno poder.


Essa teia é formada por prefeitos, vereadores e alguns juristas, que dão sustentação a um grande volume de negócios. Todos ganham e se divertem nessa esfera do “micro”, mas o grande numerário vai para o senhor feudal, que repassa parte de seus lucros, ao macro, ou seja, a manutenção do grande poder.


Nenhum prefeito é eleito por sua qualidade política, ou sua capacidade administrativa, mas por fazer parte e compactuar com os esquemas regionais, sem a possibilidade de traição, ou revolta. Isso não impede que o eleito possa ser o melhor daquele pleito, naquela localidade, o que é raro. Em outras palavras, acabaram as eleições românticas, o bom moço, bem intencionado, ou honesto, perdeu lugar para o funcionário dedicado ao esquema. A Máfia só promove aqueles que mostram serviços. E o estereotipo bom sujeito não se encaixa no perfil das grandes organizações.


Todo esse desmanche na eleição do “sujeito politico”, substituído pelo gestor de negócios, tem seu inicio na ditadura militar e vem se aprimorando até hoje, tendo a terceirização de serviços, como a grande responsável.


A terceirização tira poder e dinheiro dos municípios e estados, transferindo para um determinada empresa e retornando, não para o povo, mas para um grupo, pois os contratos visam esse retorno.


Para que isso acontecesse era necessário deteriorar a maquina estatal, o que foi feito com maestria e apoio popular. Primeiro promove-se a deterioração da empresa, depois a substituição pelo que seria a solução.


Essa substituição que se inicia na ditadura, com transportes, por exemplo, vem se ampliando, passa por comunicações e tende a chegar na saúde.


Só para exemplificar citamos a CMTC, da capital paulista. Durante anos a empresa serviu a população com um certa qualidade. A partir de uma certa data, ela propositalmente começa a dar prejuízo e mostrar a queda de qualidade dos serviços. Em substituição novas empresas são colocadas, com o discurso de melhor prestação de serviços para a população.


Na verdade a melhoria é pequena e passageira, mas a empresa rende aos seus proprietários e aos promotores do contrato. Rende de maneira que se torna impossível apontar a corrupção implícita.


Esse procedimento passa rapidamente para outras áreas. Extinção de estradas de ferro, apoio a indústria automobilística, estimulo aos transportes por estradas, deterioração das estradas, para novas reformas e terceirização de pedágios, indústria de sinalização, privatização das multas, enfim, uma rede infinita de lucros privados, em substituição ao estado, com devoluções milagrosas.


Assim também acontece na merenda escolar, onde os municípios perdem receitas, os estudantes perdem qualidade, os pequenos produtores perdem vendas e uma empresa fatura, mas colabora com mesadas e patrocínios eleitorais.


Mas não fica só ai, a área de entretenimento também se terceiriza. De festas de peão a copas do mundo, tudo é entregue a inciativa privada, não porque ela administra melhor do que o estado, isso é mentira, mas porque o estado deve prestar contas, já o privado pode manter os gestores do estado, sob a mira de contas nas Ilhas Virgens, sem macular a imagem dos bons gestores.


Toda essa estrutura está montada em cima de regiões, de províncias, onde existe um senhor feudal, um comandante do esquema. Ele escolhe quem será o prefeito, alguns vereadores e deputados. Ele dá as cartas, pois tem com ele as empresas que prestarão os serviços e vendas. De transportes coletivos, a uniformes escolares, passando por empreendimentos imobiliários a venda de remédios, tudo já está selecionado. E todas as empresas e seus empresários serão os financiadores do caixa dois de campanha. Ninguém ira aparecer na contabilidade oficial.


Tudo é feito de forma a dar o tom de transparência e democracia. No final o candidato será eleito e a campanha terá um custo declarado de 10% do que realmente foi. Apenas ilustrando o fato, um político com reais condições de vencer o pleito, se não fizer parte do esquema, será aniquilado até por questões pessoais, com a colaboração da imprensa, que também faz parte das terceirizações.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Eleições em Bragança Paulista - Passado X Futuro

SARTORI X CHEDID X LEME X OLIVEIRA 
Futuro X Passado

A analise a seguir é política e baseada na história local, não significa necessariamente uma concordância com as situações apresentadas, mas a tentativa de um relato, que seja o mais próximo de nossa realidade, tentando deixar de lado os ódios e paixões, ideológicas, ou considerações pessoais.
Jesus e Amauri são candidatos pelo DEM (antiga ARENA, que participou da ditadura nos anos de chumbo) aguardam dia 9 desse mês, o julgamento de um processo em Brasília.
Gustavo Sartori e Renato Frangini, candidatos da coligação PSB-PPS e outras legendas representam aqui a luta contra grupos, que a anos fazem política em Bragança, mas que pouco fizeram. Gustavo tem nas mangas a juventude e a experiencia de um grupo de apoio.
As candidaturas de Leme do PT e Oliveira do PSOL podem fazer a diferença no resultado final. Historicamente o grupo Chedid tem em torno de 30% dos votos. Eleitor Chedista é considerado fiel, logo a divisão de votos pode levá-los de volta ao poder, de onde foram afastados por determinação judicial em outubro de 2005.

Gustavo, Frangini, Zé de Lima e Marcio França, vice governador do estado

Jesus, Amauri, Edmir na convenção do DEM

Oliveira e candidatos do PSOL

Convenção do PT 
Quem é quem? Personagens Principais.

                                         
Gustavo Sartori – Em agosto de 2003 se filou ao PSB. Eleito em 2004, com 2010 votos foi vereador por 4 anos, líder de bancada e com participação ativa no desenvolvimento e na área cultural e turística da cidade. Candidato em 2008 e 2012 foi bombardeado por adversários, que não queriam mudanças na política local. Após as eleições de 2012 só evoluiu. Com graduação em direito e gestão pública foi trabalhar na prefeitura de Jundiaí e posteriormente na assessoria do vice governador. Tornou-se coordenador regional do PSB, aprendeu mais sobre administração e fez amigos importantes no governo estadual e federal, o que sem duvidas será uma grande vantagem para Bragança. Conversou com todos os grupos interessados em mudança real na política local e conseguiu convencer aos mais importantes políticos da cidade que a mudança passa por seu nome. Tem um projeto claro de administração. Se eleito mudará o cenário bragantino para sempre.
                                   
Ao João Solis sempre faltou competência, determinação, cultura e compromisso com a verdade. Traiu as urnas e aqueles que os levaram ao poder. Sentiu-se um rei quando prefeito, loteou sua administração com muitas pessoas de pouca qualidade profissional.  Ganhou de presente a cadeira de prefeito e se dedicou a trair aqueles que lhes deram. Perdeu o partido por incompetência, perdeu amigos, perdeu credibilidade, perdeu a chance de mudar a cidade, mudando definitivamente de mãos o poder que há 50 anos pertenciam aos mesmos grupos, mais do que isso, tentou devolve-lo a seus antigos donos. Um nome a ser definitivamente esquecido.  Teve 7 anos e 3 meses de poder, onde a tônica foi a traição, o rompimento de compromissos e as mudanças de opinião e sem palavra. 
Solis foi derrotado dentro do PSDB por João Calos Carvalho, um ex-vereador com dividas aos cofres públicos. João Solis representa a ala Alckimista do PSDB, enquanto João Carlos, o vencedor da disputa, com auxilio da família Macris,  joga hoje com a ala Serrista. Serra que em 1986, no final do governo Montoro se tornou aliado do grupo da antiga Arena, montando com Nabi Chedid um comitê gigantesco na atual loja Marabras.

Jesus é pessoalmente bonachão, bom papo, curioso e esperto. Como político tem duas imagens, para o povo o bonachão, grande pai com um abraço pronto e a solução de todos os pecados do mundo, em forma de uma maquiagem facilmente lavada. Considerado em seu grupo como um grande chefão. Sua outra face política é autoritária e ultrapassada, destoante do que se apresenta na vida social. Dentro de seu grupo tem divergências com o próprio filho, que busca voo mais alto ancorado no eleitorado de Campinas, onde tem seu domicílio eleitoral. 12 anos e 9 meses de poder (divididos entre ele e o pai Hafiz). A política do grupo é desatualizada. Jesus está fora da política local desde 5 de outubro de 2005, quando teve sua cassação confirmada em segunda instancia, pelo tribunal paulista. Jesus em sua convenção se tornou candidato junto com Amauri Sodré, mas é importante salientar, que Jesus aguarda um julgamento de seu processo, que deve acontecer no dia 9 em Brasília. Caso seja condenado os nomes da chapa do DEM podem mudar. Aguarda-se Antonio Ricardo em seu lugar. 

José de Lima é sem duvida o maior vencedor de eleições. 14 anos de poder, 2 sucessores eleitos diretamente por ele e mais 3 eleições vencidas por candidatos que tiveram seu apoio. 33 anos e 3 meses são o total de administrações ligadas a ele. Em 2008 lhe foi proposto que apoiasse um sucessor para mudar a linha política local. Não deu naquele ano, está fazendo isso hoje. Mais do que uma ato simbólico pode se tornar uma mudança de paradigmas. Uma eventual eleição de Sartori muda, não apenas o cenário local, mas o cenário regional. O desenvolvimento sócio cultural será outro, com visão atualizada e positiva para os dias de hoje. E Zé encerraria uma carreira pessoalmente vitoriosa com  163.155 dias com participação no poder. Podendo ser ampliada em mais 4 anos, após 2020. Inédito talvez até na história mundial. Aqui o poder ficou nas mãos de ruralistas até 1968. Nas mãos de comerciantes, empresários, talvez até o fim de 2016 e a partir de 2017 iniciaria o novo ciclo, de técnicos. 

                                          
Frangini – Já foi vereador, foi candidato a vice prefeito com Lima e candidato a prefeito no grupo do DEM. Perdeu as eleições de 2012 por 21 votos. Desprestigiado pelo grupo Chedid, que historicamente só apoia a família,  preferiu partir para uma mudança. Essa mudança é significativa, pois pode mudar definitivamente o poder na cidade. É algo maior do que parece. Caso sua chapa chegue a vitória os rumos da política local vão mudar. É a mudança que se apresentou em outubro de 2005, porém foi dissolvida pela incompetência de João Solis. Agora, 11 anos depois aquilo pode se consolidar uma mudança se o PSB eleger o prefeito e seu filho, se eleito, for bom vereador, em 2020 será nome para a sucessão. Mudam-se as cartas, o tabuleiro também. 


Edmir Chedid- Deputado de vários mandatos, representa o pensamento da extrema direita. Tentou montar um grupo forte conseguindo levar para o lado da Morada das Pedras um precioso tempo de televisão com a adesão do PMDB (que um dia foi oposição) e PSDB, hoje significativo apenas e justamente por seu tempo na televisão, posto que não possui mais nomes do passado, que um dia lutaram contra a ditadura da antiga Arena. Edmir é eleitor no município de Campinas, onde pretende lançar a candidatura de seu filho. Seu objetivo maior, conforme deixou transparecer muitas vezes é o cargo de vice-governador, que pode ficar mais distantes com as rusgas deixadas nesse momento político, com relação ao virtual candidato de Alckmin. Tem uma votação tranquila na região e a disputa local não deve influenciar sua rotina de deputado.


Personagens secundários.


Bruno Leme, petista histórico, de família petista de fundadores do partido local. Tem que ir para o sacrifício numa tentativa de fazer renascer  o PT  que nunca conseguiu nada na cidade. A eleição do Delegado, que vinha de um cargo de confiança do tucano Serra, jamais poderá ser considerada uma vitória petista. Cabe ao Bruno tentar fazer um vereador, o que me parece difícil nas atuais circunstancia. O PT ganhou sem levar as eleições de 2012. Para os integrantes da chapa vitoriosa ficaram os bônus, para a sigla os ônus.  Para a historia restará a duvida, de quem fez o pior governo na cidade, o PT, ou o PSDB. A disputa é ferrenha.

Renan Oliveira – É um dos vários “políticos” que lancei no cenário local. O filiei no PSOL em 2009 e em 2010 lhe entreguei a sigla do partido. Ele se dizia socialista e parecia ser ideológico. Não parecia dominado pelo ego vaidoso e nem demonstrava pretensões de poder, ou manipulação. Se comprometeu a não entrar nas aventuras da esquerda de boutique, ou esquerda temporária. Deveria ter sido já em 2012 candidato a vereador para adquirir conhecimento da realidade do jogo político local e ir ganhando experiência para chegar ao poder e executar uma planejamento de administração com justiça social. Rompeu o compromisso por um projeto que só ajuda a extrema direita. Tem boa visão para seus objetivos pessoais, mas falta visão coletiva, porém tem o poder de persuasão dentro de um determinado estrato social.
 
Jóca – Foi vice prefeito entre outubro de 2003 e dezembro de 2008. Foi um dos que mais trabalhou para a organização de um grupo político para que Bragança finalmente entrasse nos eixos do desenvolvimento.

Rita Valle- Vereadora do PV tinha pretensões de ser candidata a prefeito. Abriu mão para compor com Gustavo Sartori uma chapa visando o desenvolvimento da cidade. Seu PV está com o PSB. 

Rodrigo Pires Pimentel. Advogado, também tinha seu nome entre possíveis candidatos. Abriu mão pela coligação com o PSB.
Miguél Lopes- Considerado um político de pensamento ágil, montou um grupo forte dentro de seu partido e foi apoiar a coligação do PSB na reta final.












O Poder Judiciário no epicentro da crise política - (Roberto Amaral)

O Poder Judiciário no epicentro da crise política

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Os destinos da República se assentam sobre Poderes fragilizados. Esta é a grande crise, por revelar-se de corpo inteiro. Sua fonte é a carência de legitimidade que se abate, a um só tempo, sobre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Não obstante havermos conseguido, até aqui, e ainda que a duras penas, preservar a ordem institucional, são graves e seguidos os ataques ao pacto constitucional de 1988, do qual nos distanciamos dia a dia e quanto mais nos distanciamos, mais nos apartamos da democracia representativa, do povo e da nação. Presos a uma História que teima em não se libertar do passado, sempre visitado, adiamos, sistematicamente, o sonho de uma sociedade comprometida com o combate às desigualdades econômicas, sociais e políticas, e nos deixamos esmagar pela realidade perversa do catecismo neoliberal, cujos princípios estão no projeto e na ação do governo interino (interino e ilegítimo) que luta por prorrogar-se, para, ainda mais desenvolto, levar a cabo as políticas de restrições sociais. É a recidiva do modelo neoliberal que, após haver fracassado em todo o mundo, nos ameaça com a concentração de riqueza, o desmantelamento do Estado, a desorganização econômica e o comprometimento de nossa soberania, já em adiantado curso.
Repita-se mil vezes: o golpe de Estado que visa à destituição de Dilma Rousseff não é um fim em si, mas o instrumento, até aqui necessário, de que se valem os setores hegemônicos da classe dominante para impor a regressão neoliberal, em sua versão ultraconservadora e antinacional, anunciada pelo governo títere. Ele se finca na aliança fática e ostensiva dos três poderes, em crise, costurada pelos interesses do grande capital, que se estrutura na Avenida Paulista e se expressa mediante o monopólio ideológico da mídia oligopolizada, a seu serviço.
Não é por serem marionetas que mal camuflam os cordéis que os comandam à distância, que esses poderes são menos responsáveis, pois nos governam em nome do grande capital financeiro, em nome da elite econômica, antidesenvolvimentista e antinacional, antipovo e antiprogresso, elite alienada que pensa poder sobreviver à destruição do país, cuja pobreza não a assusta e em cujo desenvolvimento não investe, por dele não depender.
Desgraçadamente, estamos à mercê de um Executivo sem legitimidade, de um Legislativo sem representação (ademais de dominado por procurados pela Justiça, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados) e de um Poder Judiciário que não cumpre adequadamente o dever de julgar, e nele de um STF que atropela as competências dos demais poderes e desrespeita a Constituição, que seus membros juraram cumprir e fazer cumprir. Como o Executivo, hoje mais do que nunca, e como o Legislativo, o Poder Judiciário, em todos os seus escalões, está a serviço dos interesses de classe dominantes. Este é o fato objetivo; o resto, são suas consequências.
Mais do que nunca o país precisa ser ‘passado a limpo’, e a proclamação de Darcy Ribeiro mais se torna atual, e inadiável, na medida em que mais se enraízam os valores negativos representados pela dupla Cunha-Temer. Segundo as mais variadas premissas e de acordo com os mais distintos objetivos, a comunidade de juristas, constitucionalistas, analistas políticos e políticos concordam com a defesa das reformas, que no entanto não se realizam. Mais do que nunca precisamos de uma reforma política que restabeleça a legitimidade dos mandatos e nos aparte da falência do presidencialismo de coalizão, e de uma reforma tributária que privilegie impostos sobre a renda e o patrimônio e não, como são hoje, atrelados ao consumo e a serviços, uma reforma que estimule a produção e aponte para um novo equilíbrio da Federação. A mais importante das reformas de que carecemos, porém, nela pouco se cogita. Refiro-me à inadiável reforma do Poder Judiciário, porque sem ela não sobreviverá a opção democrático-popular de que resultou a Constituição de 1988, o alvo preferencial do golpismo conservador, que se vale do processo desse escabroso impeachment sem crime de responsabilidade, em curso, para impor um regime autoritário já em ensaio.
Em meio ao golpe de Estado de novo tipo, consagrado ele, ingressaremos em uma ‘ditadura constitucional’.
Já hoje o próprio STF agride a Constituição, seja julgando contra sua letra e seu espírito, seja imitindo-se de forma autoritária, prepotente e inconstitucional, no papel de legislador constituinte. Ei-lo legislando sobre fidelidade partidária, sobre culpabilidade sem trânsito em julgado e autorizando o encarceramento antes da decisão final. Ei-lo discutindo regimentos internos do Legislativo, ei-lo decidindo sobre união estável e aborto. Não se discute o mérito; denuncia-se a invasão de competência que agride a ordem constitucional, à qual todos os poderes estão submetidos. Agressões que o STF perpetua dizendo-se ‘instrumento do clamor das ruas’, um populismo de cabo de esquadra.
O STF, aliás, é, em nosso ordenamento constitucional, o único dos poderes sem raiz na soberania popular, alheio que está à esfera política, cumprindo-lhe, sem o poder de iniciativa (atributo dos demais poderes) a função eminentemente técnica de vigiar a constitucionalidade das leis. Assim a letra constitucional. Sua transformação em contrafação de poder politico, como pretende a maioria de hoje e como anuncia orgulhoso seu presidente ("CNJ, transparência e diálogo", Folha de SP, 25/7/2016), sua aspiração de transformar-se em poder moderador, um anacronismo monárquico, é, pois, mais do que uma exorbitância, uma agressão à história do direito brasileiro e uma aberração constitucional cuja sobrevivência deriva da anemia político-moral do Congresso.
De outra parte, o Poder Judiciário é poder auto-blindado, que refuga a transparência e a responsabilidade, fugindo a qualquer sorte de fiscalização da sociedade, na contramão dos demais poderes, políticos e animados em sua gênese pela sopro da soberania popular. E de forma pouco ética: quando os funcionários públicos sofrem as consequências do ‘ajuste fiscal’, impõe o reajuste dos altíssimos salarios (considerada a realidade brasileira) de juízes e ministros. Desses não pode o contribuinte saber quanto percebem de outras fontes, e não são poucas, e é negado aos advogados conhecer a intimidade do processo eletrônico que orientaria a distribuição dos processos no STF.
Perseguindo o protagonismo político que não está em sua alçada, o STF, olímpico, inalcançável, leva alguns ministros mais afoitos (e à lembrança vem sempre o inefável Gilmar Mendes – aquele que ‘não disfarça’ como bem observa o jornalista Bernardo Mello Franco), a esquecer a circunspecção, a discrição, o recato e a moderação – exigências do Código de Ética da Magistratura – para aderir ao exibicionismo, à verbosidade irresponsável, à incontinência verbal, em episódios seguidos de prejulgamento, de pronunciamentos políticos que desvendam preferências politicas expressamente vedadas pela C.F. (Artigo 95, parágrafo único, inciso III). A velha máxima de que ‘juiz só fala nos autos’ foi revogada entre nós. Lamentavelmente.
Na sua desmedida ânsia de protagonismo – que o leva a tomar partido na crise política--, o STF termina por perder a aura de isenção e respeitabilidade que seu papel constitucional exige.
Por tudo o dito e o sabido, resulta um STF feito agente da insegurança jurídica, pois destrói o primado da ordem constitucional e altera sua jurisprudência, seguidamente, em função de maiorias ocasionais. Assim age principalmente quando – por razões político-policiais – rasga o inciso LVII do art. 5º da C.F. (“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”); quando assim procede, a Corte diz que, sob o pretexto de interpretar o que não carece de interpretação, assume contrariar o texto da Constituição. E dito isto e feito isto o cidadão ofendido, vítima do abuso de direito, não tem a quem recorrer, a quem pedir proteção. É inadmissível que um ministro claramente associado a um partido político (seja feita justiça ao Sr. Gilmar Mendes, ‘ele não disfarça’), tenha condições de interromper um julgamento já decidido (já se haviam pronunciado seis ministros no colégio de 11), pedindo vistas dos autos e trancando-os em suas gavetas por mais de um ano, com o único e confessado propósito de evitar a eficácia da decisão, que, no seu entender faccioso, beneficiaria um determinado partido politico. É igualmente inadmissível que, em pleno presidencialismo, a presidente da República seja impedida de nomear o ministro chefe da Casa Civil, sob o pretexto insustentável, porque subjetivo, de que a nomeação teria a intenção de proteger o ex-presidente Lula com o foro privilegiado.
Essas observações chamam para a necessidade de uma profunda reforma judiciária (e nela do STF), pois, sem poder judiciário íntegro e democrático, não há a menor possibilidade de exercício real da democracia. Essa reforma – quando seu objetivo é o fortalecimento da democracia – deverá compreender, no que tange ao STF, entre muitas outras medidas mais ou menos profundas, o fim da vitaliciedade, substituída pelo mandato não renovável de 10 anos. Qualquer reforma deverá construir instrumentos eficazes de fiscalização do Poder Judiciário (que está longe de ser cumprida pelo Conselho Nacional de Justiça), e nele do STF e dos demais tribunais superiores, e dentre essas reformas estará a facilitação dos julgamentos dos ministros por crimes de responsabilidade, hoje dependentes da coragem ou da tibieza de um presidente do Senado ameaçado de processo pelo próprio STF.
Roberto Amaral

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Roberto Amaral é escritor e ex-ministro de Ciência e Tecnologia
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