quarta-feira, 11 de março de 2015

Lava a jato e a história da corrupção.

A historia da corrupção no Brasil começa em 1500, quando portugueses compram a confiança dos índios  com espelhinhos e outros presentes para conquista-los quebrando-se a cadeia cultural e impondo-lhes uma religião estranha e escravizante, em troca de terras, pau-brasil e suas vidas.

 

Cerca de 400 anos depois, já na republica, Washington Luís, ao celebrizaria frase, “governar é construir estradas” se viu envolvido  num escândalo de corrupção. Coincidência? 

Passados mais meio século, Juscelino Kubitschek criou um novo jeito de erguer obras. O casamento oportuno de empreiteiras com o governo. Isso dava agilidade nas concorrências e garantia verbas extras para campanhas e viagens. "50 anos em 5" levou o Brasil direto ao FMI.
A corrupção encontrou assim, o cenário futurista de Brasília, onde as construtoras começam a se tornar grandes, de onde partem para dominar o Brasil, onde elegem representantes, onde distribuem dinheiro público. Onde se tornam os donos do poder.


Esse casamento iniciado na era JK se consumou e gerou filhotes na ditadura militar (1964-1985).
A ditadura aprimorou os laços entre o governo e empreiteiras, indústrias (química e automobilística, principalmente), igreja e formou verdadeiros ícones da corrupção, tais como Paulo Salin Maluf, José Sarney, Antônio Carlos Magalhães, entre outros. Mas é claro, ninguém podia falar, caso contrario morria, assim como poucos denunciavam, a corrupção passava longe dos olhos do povo.

O golpe militar inicia-se num ato de corrupção. Recentemente o coronel do Exército reformado Erimá Pinheiro Moreira denunciou que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) subornou o então comandante do 2º Exército general Amaury Kruel , homem de confiança de João Goulart, para que ele traísse o presidente e apoiasse o golpe militar, patrocinado pela CIA, através do embaixador Lindon Gordon, o homem que trazia o dinheiro, para comprar setores políticos, cooptar religiosos e empresários.

Com a chegada ao poder dos militares, e principalmente no “milagre brasileiro”, comandado por Delfin Neto,  as empreiteiras passaram a dormir com o governo. As que eram grandes, tornaram-se gigantes e com apoio dos militares e atuaram no Brasil e em outras ditaduras, principalmente na América Latina e na África.


Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Mendes Júnior,  três grandes filhotes da ditadura e principais nomes da corrupção atual na Petrobras estão entre as mais importantes colaboradoras do golpe e da ditadura, como apoiadoras da tortura e geradoras da corrupção.  


Foram centenas de obras superfaturadas, com destaque para a ponte Rio-Niterói, que foi feita entre 1968 e 1974,  a Hidrelétrica de Itaipu,  inaugurada em 1982, a Transamazônica, que começou em 1970 foi inaugurada, incompleta, em 1972, usinas de Angra I e II, Elevado Costa E Silva entre outras.

Nessa época a Mendes Júnior conseguiu com apoio dos militares a ferrovia Baghdad-Hsaibah e Al Qaim-Akashat, no Iraque com 515 quilômetros.  A Odebrecht conseguiu as obras da Hidrelétrica de Capanda, em Angola. Obras no Chile, Paraguai, etc. 

Ao final do militarismo, no governo de transição de Sarney, um dos filhotes do regime militar, a ditadura ganhou ares comédia através de Roberto Cardoso Alves, do PMDB, com a famosa frase franciscana:  “É dando que se recebe” ─ Um recado ao presidente para que não se esquecesse, que aprovação de projetos e leis estavam intimamente ligados ao valor do “presente”. Ou seja, para votar precisamos ganhar. Deputados travestidos de prostitutas: Dinheiro na mão, calcinha no chão. Sem isso, nada de aprovação.

Foi essa lição, e a cassação de Collor, por não dividir o pão, que levou Fernando Henrique Cardoso a conseguir a aprovação da emenda para reeleição, sem muitos problemas. Estava criado o “mensalão mineiro”, capitaneado por Marcus Valério e gerenciado pelo falecido Sergio Mota.

E veio Lula. Lula seria cassado no primeiro ano de governo. Já estava escrito nas estrelas. Ninguém no congresso facilitaria nada ao sapo barbudo. Para muitos era hora dele comer o pão que o diabo amassou. Mas os exemplos anteriores estavam ali para serem observados, aprimorados e seguidos.  Coube a José Dirceu salvar o governo duas vezes. A primeira quando aceitou a proposta de Marcus Valério, para fazer com o congresso, o mesmo que FHC.  Se Lula queria permanecer no governo teria, que “dar para receber”, Robertão já havia dito isso lá atrás, no governo Sarney.  O grande problema é que alguns já não se contentavam mais com poucas centenas de milhares de dólares.  Roberto Jeferson quando blefou dizendo que iria denunciar, não teve como voltar atrás e a oposição, “muito honesta”, que nunca comprou, nem se vendeu, aproveitou para cair matando.

Hoje os mecanismos de fiscalização e a possibilidade de denunciar, típica de uma democracia, provam que a corrupção não aumentou, apenas está sendo divulgada. Na ditadura isso seria impossível, uma denuncia, ou fiscalização poderiam funcionar como atestado de morte.

Ainda há quem acredite que Genuíno e Dirceu foram pivôs do mensalão, estão ricos graças a corrupção do governo. Uma bobagem, José Genuíno não roubou nada, assinou sim um empréstimo, justamente para comprar mais deputados, ou seja, para aprovar medidas necessárias ao desenvolvimento do país. Isso não significa dizer,que muitos não roubaram, pelo contrario, a porteira estava aberta e onde passa um boi, passa a boiada,
José Dirceu era o candidato natural da sucessão de Lula. Acabou no limbo, culpado pela desonestidade de 400 deputados, que para votar, precisavam ganhar.
Isso não é uma defesa, acredito que se ele Dirceu, Lula e Genuíno  usassem uma cadeia de TV para denunciar a podridão, talvez o país estivesse menos sujo.
Mas a segunda vez em que Dirceu salvou Lula foi quando assumiu a "bronca" e ficou com o peso de toda a corrupção do mundo em seus ombros. 



Lembrando que só existe corrupção, quando a justiça permite. O sistema judiciário está desacreditado. A promotoria pública não tem capacidade e em muitos casos vontade para investigar. Eu mesmo já fiz denuncias, que não foram sequer investigadas, talvez nem lidas.A polícia federal tem parte de seus membros ligadas a esquemas criminosos. A receita federal é igualmente corrupta. Enfim...

Mas paralelo ai isso tudo e se aproveitando da ignorância popular, principalmente da classe média, os americanos surgem mais uma vez como articuladores de um golpe. Hoje não pela ditadura, ou contra o comunismo, apenas pelo direito de continuarem na supremacia, de minarem os BRICS, afinal, contra a Rússia os EUA não botam a cara, contra a China são devedores, logo seria mais fácil iniciar o processo através do Brasil, onde a oposição é mais corrupta, os meios de comunicação estão comprados e o povo é facilmente manipulado em virtude, como eu já disse, da total ignorância. Não estão sozinhos, possuem o apoio de setores conservadores, principalmente as igrejas, da direita oportunista e dos corruptos de plantão.

Hoje essas empreiteiras estão entre as maiores do mundo, mas nunca tiveram tanto apoio e impunidade como na era da ditadura militar. Vão sofrer, mas não quebrar. 
As mesmas empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato com as obras públicas, são as que apoiaram JK e ajudaram a derrubar João Goulart, junto com Fiesp e igreja, assim como no descobrimento, a igreja estava junto para destruir a memória genética da nação.

E afinal João Goulart não era o bicho papão, não era corrupto, não era o incendiário, mas era nocivo à CIA, queria reformas, direitos populares, modernização,  comercio com a China e reforma agraria. Apenas o que ainda queremos hoje. Como estaria o Brasil com João Goulart tendo executado as reformar? 

Se tudo isso resultar num golpe, o que a história contará no futuro. Quando nosso povo deixará de acreditar nos contos da CIA? A corrupção por aqui é cultural. O povo adora levar vantagens e não percebe que é igualmente corrupto. Estamos diante do retrocesso, agora é saber se continuaremos em frente, ou voltamos ao passado.

Fora corrupção, que parece uma epidemia e não vai acabar, a não ser com o desenvolvimento cultural, pois faz parte da rotina brasileira o que realmente irrita empresários e os donos do poder são as pequenas conquistas sociais conseguidas através de Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e financiamentos educacionais. Esses três tiram o pobre da senzala e encarecem a mão de obra.

Quanto a corrupção, estão olhando apenas para o macro, em mais de 5500 municípios brasileiros a corrupção está a todo vapor, mas longe dos olhos da grande mídia. Em pequenos em grandes contratos, em operações de tapa-buracos, em alugueis de carros, em contratações de shows, em festas populares, em construções de casas, doações de terrenos, em compra de remédios, enfim, ninguém vai reclamar, pois ai PT, PSDB, DEM, PMDB e todos os "Pes" estão juntos, abraçados, unidos como uma grande família. 

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