segunda-feira, 19 de junho de 2017

Um projeto turístico para a cidade de Bragança


Em 1999 foram criadas as secretarias municipais na cidade de Bragança, até então não existiam. Eram departamentos. Com a criação das secretarias foi possível ampliar serviços e melhorar a qualidade no atendimento, pelo menos teoricamente.


E janeiro do ano de 2000 eu fui convidado pelo prefeito José de Lima para elaborar um projeto que iria nortear a recém criada secretaria de Cultura e Turismo.
Foram 11 meses de trabalhos e a colaboração de estudantes de hotelaria, administração e direito.
Estudamos o turismo no Brasil, a capacitação de recursos humanos e a educação, fizemos projetos e agrupamos outros já existentes, como os de Chico Experiência e Elvio Santiago (homenagem a imigrantes) e fomos aos levantamento do que existia e o que poderia nos dar suporte.
No caso do suporte, são as entidades sociais, de classe, atendimento a saúde, imprensa, etc.
Levantamos restaurantes, hotéis, pousadas (são várias na área da represa), pesquisamos o turismo rural, chagando-se a 11 fazendas, onde poderíamos implantar uma modalidade de turismo, hoje muito rentável em toda a Europa, e iniciamos os estudos para projetos de potencial turístico e melhoria de vida dentro do município.



Um dos projetos que melhorariam a qualidade de vida de moradores ao redor era o “Parque do Tanque do Moinho”
O Parque da Serrinha, chamado de Parque do trabalhador, seria a única possibilidade do trabalhador local ter um acesso seguro à Represa da Cantareira, numa área inutilizada, pois os loteamentos ocuparam todas as proximidades das águas, teríamos uma grande área, bem distribuída e com todos os requisitos necessário. Além da geração de algumas dezenas de empregos diretos.  

Os outros eram a construção do Parque do Lago do São Miguel, revitalização, iluminação e abertura do Bosque Cyro Berlink,  Revitalização do Bosque dos Eucaliptos, cujas arvores haviam sido cortadas em 2004 (em 2006 conseguimos através de um TAC, plantar mais de 200 árvores, hoje grandes), Parque do Lago da Hípica, Parque das Américas, no Jardim América (em conclusão), Parque do Lago dos Padres (esse realizado pela administração Fernão Dias), Parque Markowicks (parque ecológico, que estava sendo negociado na época e foi construído em 2016), Revitalização das praças centrais, Parque do Leite Sol e Parque do Guaripocaba (em negociação no ano de 2006, com um empresário, que implantaria um teleférico, da estação ao topo, com a possibilidade de desenvolvimento do turismo religioso, caso interessasse a Igreja Católica, em virtude da existência, na cidade, de uma santa – no topo uma estatua como ponto final do teleférico.)


A esse projeto, se agruparia o “Projeto Saturnino Paccitte”, de Francisco Cezar Palma de Araújo,  que levaria o trem turístico da estação do Curitibanos, no bairro do mesmo nome, Guaripocaba, onde estaria instalado o teleférico.
O projeto (Saturnino) foi apresentado posteriormente na Câmara Municipal, por uma vereadora do grupo político dominante, sem menção ao seu criador e com outro nome. Muito usual em terra de coronéis.
Projetos como a restauração do Teatro Carlos Gomes, feitos através da Lei Ruanet, se um centavo de dinheiro público local e com prazo de entrega definido em 3 anos (estaria pronto de 2011), foram simplesmente ignorados, porque o dinheiro não passaria pelos cofres públicos. 


O outro projeto em zona rural era o do Museu do Elétron, também do Chico Experiência, usaria a antiga usina da Mãe dos Homens (acima), no Recanto Jaguari, que voltaria a funcionar com um de suas turbinas e poderia ser patrocinado pelo próprio fabricante, atestando a qualidade do equipamento, com mais de 100 anos, ainda em condições, feito na Holanda. Se não me engano. Geraria luz para o próprio complexo e seria um suporte a educação e pesquisas científicas, ao seu redor seriam abertos espaços para lanchonetes e equipamentos esportivos para navegação no canal. Propício também para o surgimento de pousadas.



Para a manutenção de parques de interesse turístico seria criado departamento de conservação de parques, mantido pelo “Funtur”, um fundo de turismo administrado pelo executivo e iniciativa privada, com característica próprias, podendo ser criador de eventos geradores de rendas. O município poderia ele organizar a tal festa do peão, com lucros ou a Festa do Nordeste, também um grande evento anual a ser feito na zona norte
Um dos grandes atrativos turísticos seria a linguiça. Nessa época, por questões de vigilância sanitária e legislação, a produção começava a ser feita de forma menos artesanal, ainda assim era possível para o poder público,  estímulo maior. A “festa da linguiça” seria dotada de toda estrutura, mas organizada pela associação de produtores, totalmente autônomos, e infraestrutura municipal. Entende-se por infraestrutura toda a organização do espeço usado, eletricidade, som, divulgação, apoio e shows típicos (no caso Calábria), pois esse evento geraria não apenas o lazer local mas estadual e também seria uma porta de negócios, gerando rendas, salários e impostos.

Já em 2006, como secretário eu promovi um concurso entre bares e restaurantes, para a promoção de uma prato típico da terra, chamado de “Pratos da Terra”, cujo vencedor foi o Restaurante Estancia. Esse foi o embrião para a mobilização do setor.
No prédio do antigo Matadouro teríamos o Museu de Imagem e Som.  Um centro cultural na antiga sede social do Ferroviários, que seria negociado pela prefeitura, ou ali também poderia funcionar a biblioteca, com um café, voltado para a rua, no espaço lateral.
Concluímos em nossos estudos a necessidade da participação da secretaria de educação, onde se aprenderia a verdadeira história da cidade e região, bem como noções de atendimento e convivência com o turista.
O artesanato seria apoiado com espaços adequados, de passagem de turista, e estacionamento e cursos de reciclagem e aprendizado.
O carnaval é outra questão a ser estudada. Desde o início dos anos 70, deixamos o carnaval participativo, pelo contemplativo, até por questões política, pois os ditadores não queriam aglomerações. Uma volta ao carnaval tradicional, participativo era necessária com o carnaval de praça, na rua, como deixamos claro em nosso projeto do ano 2000. Em 2007 eu começaria a discutir a mudança de local e modelo, quando deixei a secretaria.
Projetos culturais, como Maio Cultural (em 1975 participei de sua criação, com a Dona Guaraciaba e o Hélio Nine, os pais da ideia), Festival de Inverno e Festival Música nas Esferas (atraiu gente de 5 países), realizado em 2006 e 2007, comporiam o leque de opções, para trazer visitantes. 
A descoberta de um sítio arqueológico na cidade, poderia e ainda pode gerar estudos e visitas cientificas. 


O turismo de eventos também é possível, desde que a atração seja de qualidade, provamos isso com a realização da exposição de Sebastião Salgado e com o show dos Mutantes, considerado um dos 10 melhores do mundo, em todos os tempos. A maioria do público era de fora, com alto poder aquisitivo, que acabariam gerando lucros na rede hoteleira e restaurantes. 



Os eventos também podem acontecer em áreas políticas e sociais, como um Forum Mundial, que passamos a tratar em janeiro de 2006. Ou convênios com cidades afins, da Europa, ou do próprio continente, como fizemos com Bragança, de Portugal e 2006. 



Ainda na área cultural, criamos uma lei para preservação de imoveis antigos, baseado em uma lei já existente na cidade de Canavieiras. Essa lei sequer saiu da gaveta do então prefeito em 2007. 


As tudo isso se feito, transforaria a cidade e com ela, sua população, seria um transformação de costumes, cuja continuidade se daria na área cultural, com projetos específicos.
Não era esse, e nunca foi, o interesse das administrações coronelescas de Bragança.
Temos, montanhas, um rio navegável em vários pontos, quedas d’água, uma represa e vários lagos, só isso já seria atrativos.

A grande questão é que nesse tipo de mudança, toda a sociedade evolui, ai mudam-se os políticos. 


Esses projetos foram divulgados por mim, no livros, Bragança Viva,  em 2001 e entregues em forma de estudos a José de Lima, em dezembro de 2000 e a Jesus Chedid, em janeiro de 2001. Além de jornais das épocas. A esses itens, incluem-se outras atividade culturais e esportivas. Como a iluminação de natal "Natal de Luz" organizados em 2005 e 2006, com a iluminação de 4 igrejas, sem uso de dinheiro da prefeitura local. 




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