Dizer não ao golpe é uma obrigação cívica e democrática, em
defesa da soberania nacional.
No futuro, nossos filhos e netos irão estudar história e ver
quem compactuou com a entrega do Brasil ao Tio Sam. Com a perda da soberania, com a volta ao FMI.
Antes de falar sobre o golpe quero lembrar alguns erros do
PT, de Lula e de Dilma.
O PT, eu já denunciava em 2010, numa conversa com Vaccarezza
e também em 2012, ao Deputado João Antônio, em seu gabinete na Assembleia
Legislativa de São Paulo, estava naquele ano se peemedebelizando, ou seja,
acontecia com o partido, o mesmo que aconteceu com o PMDB após ganhar as
eleições do estado paulista, ou seja o
inchaço numérico sem qualquer averiguação de qualidade. Na minha cidade o PT
virou partido de um ex-PSDB.
Membros do partido achavam lindo o partido crescer, mas não crescia, inchava.
Aliado a isso, membros do próprio partido com a sede de
poder, metiam os pés pelas mãos. É a síndrome do poder. Não adiantava alertar.
Lula e Dilma passam a colocar cada vez mais a direita dentro
do palácio. Lula o homem da senzala passou a acreditar que poderia sentar na
cabeceira da mesa da Casa Grande. Podia sim, enquanto estivesse dando a comida
na boca dos donos das terras, após isso seria expulso. Lula não pensou e
rodeado de puxa-sacos e incompetentes jamais foi alertado. É sempre assim, assessores
incompetentes fazem tudo para agradar.
Lula por sua vez, quando esteve no auge da popularidade
poderia ter feito as reformas sonhadas há cinco séculos. Poderia ter brigado
pela reforma política, não o fez. Poderia ter feito a reforma agraria, não o fez
e ainda se aproximou dos donos da casa grande. Poderia ter feito um plano
cultural, não fez, nem ele, nem a Dilma, nada pela cultura, pelo meio ambiente
e nem pelo ensino fundamental, onde tudo começa.
Dilma fez pior, se rodeou de petistas ruins, incompetentes e
da direita canalha. Ainda tirou da liderança, quem era o trator das votações,
Candido Vaccarezza. Dilma continuou errando dia após dia. E também não teve um
único assessor, que batesse na mesa e falasse onde ela errado. Assessor que
concorda com o chefe, não serve para nada.
Mas vamos voltar ao golpe. O golpe que deixará na história o
nome dos traidores.
O golpe do coveiro da ditadura, Michel Temer, que nunca foi
nada além da sombra do Quércia dentro do PMDB. O golpe do Cunha, mais sujo que
pau de galinheiro mas sabe segredos de todos no legislativo e no judiciário.
Ninguém tem coragem de mexer como Cunha. A começar pelo Moro, que não mexe nem com tucanos mortos, como o Aécio.
O golpe que será estudado por meu neto, como o golpe dos
corruptos.
Meus netos e seus netos vão aprender na escola, quem
possibilitou a Zé Serra vender a Petrobras para a Chevron e os correios para a
Fedex.
Saberão quem era contra o povo e votou contra a Bolsa
Família, que livrou milhões de fome.
Em um país onde 54% da população é negra, verão quem votou
pelo fim das políticas de cotas.
Vão estudar também quem enterrou as políticas para as
minorias. Quem tirou o Brasil dos Brics e jogou de volta ao FMI.
No futuro, nossos netos vão perguntar quem acabou com o SUS
e os médicos de família, eles hoje não vão dizer que votaram pelo projeto do
Cunha e também ajudaram a matar milhares de crianças pobres. Mas a história vai
contar, inclusive para os netos deles.
Nos queremos um futuro, não queremos o passado, não queremos
o retrocesso, não queremos uma justiça que se cala diante do roubo de merendas
de crianças pobres, não queremos uma polícia que não sabe de quem são 450 kg de
cocaína, aprendidas na casa do dono, com o helicóptero do dono e pilotado por
funcionário do dono.
Não queremos o Brasil de antes, o Brasil do FHC, não
queremos ver engavetados 520 processos como na era do sociólogo, que mandou
rasgar seu livro.
O Brasil de FHC édDiferente do Brasil da Dilma, em que pesem
todos os desmandos, a presidente liberou
todas as investigações, deu dinheiro para a Polícia Federal, que resolveu brincar
de soldadinhos da direita. Isso sem falar na receita federal, líder em
reclamações por conduta ilegal contra consumidores brasileiros, que compram via
correio, no exterior, mas deixar passar milhões para depósitos no mundo afora,
sem falar dos contrabandos em geral.
Nos não queremos o Brasil de poucos, o Brasil da FIESP,
queremos o Brasil do norte, sul, sudeste, nordeste e sudoeste. Um Brasil para o povo. Não para empresários.
Não para investidores, não para multinacionais.
Votar contra o golpe é um golpe naqueles que mais destruíram
esse país e ficaram no governo por 502 anos.
Nos precisamos de seu apoio caro deputado indeciso. Seu eleitor por certo não são os empresários
da FIESP, das multinacionais, os banqueiros e latifundiários. Seu eleitor é o
povo. O povo que vem sendo enganado pela manipulação global, o povo que
trabalha e terá seus direitos reduzidos.
Temer é a figura fúnebre que viveu nas sombras do PMDB e ressuscitou
com a possibilidade do golpe, para
enterrar a democracia.
Cunha dispensa comentários e o resto você conhece. Muito
melhor que eu.
Diga não ao golpe, pelo Brasil, por seu eleitor e pela sobrevivência
da democracia.
Se hoje cassam uma presidente sem motivos, amanhã podem
fechar o congresso. A história sempre se repete.
O sim pela democracia é o não ao golpe.
Vamos evitar a ditadura da classe dominante e talvez até um derramamento
de sangue, onde conhecidos e familiares podem estar envolvidos.
O golpe de 64 nos custou décadas de atraso. Hoje trilhamos a
democracia. Não vamos anular milhões de votos. Pois se isso ocorrer, qualquer
voto não terá mais valor. Qualquer voto dado na urna poderá ser rasgado,
incluindo o seu.
Obrigado por sua atenção, obrigado pelo NÃO
Obrigado por deixar nossos netos estudarem em liberdade.
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