sábado, 19 de março de 2016

Golpe: De direita, ou de direito?



Em 1964 o Gal. Mourão deu a ordem para sua tropa marchar para o Rio de Janeiro.  João Goulat tinha como conter os revoltosos e evitar o golpe de direita. Goulart não queria exercito lutando contra exercito, brasileiros, contra brasileiros. Não queria sujar suas mão de sangue e se resignou ao golpe.
Veio  primeiro de abril e a nação entrou no mais profundo abismo, com mortes, sangue, entreguismo, tortura, assassinatos, censura, e tudo o que Goulart poderia ter evitado, se não fosse tão honesto, tão humano, tão democrata.
O cenário que se vê 51 anos depois é o mesmo.
Um povo ainda mais ignorante marchando como baratas tontas, facções religiosas delapidando mentes e a economia dos incautos, recentemente aprovaram isenção de IPTU para imóveis alugados por igrejas,  a FIESP, que antes patrocinava a tortura, hoje patrocinando o golpe,  em virtude de uma possível CPMF, que mostraria o caminho do dinheiro.  Um congresso dominado por corruptos, onde o presidente da câmara recebeu cerca de meio bilhão para comprar seus pares. Os 10 milhões de dólares na Suíça são apenas o lucro de toda essa movimentação.  Tudo comprovado, mas a justiça não se move.
Aécio teve seu nome citado várias vezes na operação Lava Jato, e o juiz Moro só se interessa por Lula. Mas para Moro, que no processo do Banestado, não condenou um  único tucano, “isso não vem ao caso”, hoje que o sangue de Lula.
Não vem ao caso também o fato de  Norbert Muller abrir contas bancárias no LGT Bank, sediado no principado de Liechtenstein, para o tucano Aécio Neves. Nada disso, nem a grande movimentação de Cunha vem ao caso. Como o dinheiro enviado por FHC, via BRASIF para sua amante em Paris, a compra de uma apartamento para a família de lá, ou um grande apartamento dele em Paris, no lugar mais nobre, ou o outro em Nova Iorque, outro em Higienópolis, ou uma fazenda em Minas Gerais.
Em tudo o que vemos é a conivência da mídia comprada e a falência do judiciário. É claro, ainda temos alguns juízes sérios em muitas cidades, alguns desembargadores comprometidos com as leis e longe dos holofotes, alguns juízes treinados para resolver conflitos, não para cria-los, mas lá em cima, as leis estão sendo rasgadas, e como disse Lula em um dos grampos, “estão acovardados”, ou seria pressionados? E por quem?
Entre os golpistas está o Vice Presidente Michel Temer, o coveiro da Republica. Pronto para enterrar  a democracia, assumir e promover uma grande liquidação no Brasil. Temer, figura apagada dentro do PMDB, ganhou força com a morte de Quércia, mas continuaria na obscuridade se não fosse vice na chapa do PT.
E a justiça foi para as mãos de Gilmar Mendes, cujos veredictos costuma dar antes da defesa nos processos. Conhecido por sua fobia a Lula e proximidade com a direita, “Gilmar Mendes é o ministro que ganhou fama pelos dois HCs ultrassônicos para o banqueiro Daniel Dantas e um extra para outro taradão, o médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de cadeia por ter estuprado 37 mulheres.” Conforme denunciado pela revista Carta Capital.
Não quero me prolongar e lembrar a vida de Renan Calheiros na política, nem da privataria de FHC, ou do Trensalão e o roubo nas merendas do Alckmin, por sinal também ligado a uma facção religiosa, a Opus Dei. E nem das bancadas evangélicas. 



Hoje o que vemos são os “gritos contra a corrupção”, mas não a corrupção de todos, de todos os poderes e da imprensa.  O grito é contra a corrupção do PT. Antes que me chamem de petralha, não sou petista, nunca fui e deixaria de ser, não pelo governo federal, mas pelo que fizeram em minha cidade, Bragança Paulista, onde até a saúde foi privatizada.
A classe média está nas ruas e seus berros não são por honestidade geral e irrestrita, a classe média não luta por direitos, mas por privilégios. Querem de volta alguns “espelhinhos” perdidos no caminho. É uma classe hipócrita, desonesta em sua grande maioria, religiosa e normalmente ignorante.  A classe média quer o fim da corrupção do PT. Mas só do PT. 


A classe média não luta por direitos, mas por privilégios, nunca estará ao mesmo lado do povo.


Eles abraçam Cunhas, Bonsonaros, Maluf, Renans, Aécios e votam (os paulistas) em Alckmin.  Consideram ciclistas “comunistas” e tratam as empregadas como se fossem da família, desde que não saiam dos quartinhos dos fundos. Nas empresas, empregados são apenas o caminho para mais ganhos, quando puderem os substituem por maquinas.
Essa é a classe dominante, que faz barulho, assina a Veja e vê a Globo. Em qualquer parte do mundo, em qualquer revolução é a classe a ser vencida. Se reúnem em associações religiosas, entidades secretas, comandam o atraso cientifico, social e intelectual. 
Com todos esses fatores, o governo Dilma está fadado ao GOLPE.
Mas golpe tem dois lados, o Brasil de hoje não é o Brasil de 1964.
O golpe tento pode ser de direita, como de direitos. Os "coxinhas" não pensaram nisso. 
O de direita já é conhecido, todos viram, ou ouviram falar e estudaram os resultados de 1964.
O de direita é o da preservação do estado, não parece democrático, mas quando o congresso não funciona, quando a maior parte dos congressistas são citados, quando todos os partidos (raras exceções estão limpos, mas sem representatividade), quando a cúpula da justiça está comprometida com o retrocesso, quando a polícia federal (que não limpa nem a sujeira da casa, que libera contrabandos, que não consegue saber quem é o dono de 450kg de cocaína, etc.), se torna partidária, quando a Receita Federal promove o descumprimento das leis, quando o povo, mantido na ignorância (ai a culpa é de Lula, Dilma e FHC), pois os governos não usaram suas estruturas para gerar cultura e construir uma nação, mas para entreter o povo, e conservá-los ignorantes e dóceis, tudo leva a um vislumbrar de golpe por direitos.
É o fechar o congresso para reforma política e prisão de membros denunciados e já conhecidos. É exonerar grande parte da Receita e da PF. É tirar do Supremo as atribuições que não conseguem dar conta. A suprema corte constitucional é falível.  É cumprir a constituição e fazer do Brasil um estado laico, cobrar impostos das igrejas e afasta-los do convívio político.
Pode parecer que golpes são iguais, mas não são. O golpe de direitos vem para o cumprimento das leis. Não cria a censura, mas normatiza a mídia. E até hoje, a promessa do PT não foi cumprida.
Mas para que isso aconteça, DILMA tem que falar a verdade.
Tem que convocar uma rede de TVs, Internet, Rádios e falar quem são os ladrões. Um  por um quem exigiu vantagens para votar em cada lei. Quem exigiu cargos para cumprir suas obrigações. Quem levou quanto. Qual governador faz o que? O que tem pro trás da PF que ainda não pode ser mexida.
Dilma tem que ter mais do que vontade. A coragem  de mostrar tudo, inclusive que o sítio de Atibaia, foi comprado por Jacó Bittar, por 800 mil reais, que Lula não tinha dinheiro para comprar, que os amigos compraram para ele usar e ir pagando conforme consiga, que os amigos chamaram sim, um monte de gente conhecida, para fazer reformas, porque sabiam que seriam mais baratas, que Lula queria terminar seus dias ali, que os pedalinhos foram dados por tal pessoa,  é claro, se isso for verdade...



Mas acima de tudo, se um Gal. aparecer, não deixe que ele passe com o cavalo... Do outro jeito, o futuro será pior. Não teremos mais roubo na Petrobras, pois tudo será roubado numa única canetada. Não teremos mais incompetência nos Correios. Tudo será federal e expresso. Não teremos filas no SUS, tudo será privatizado e as mortes se darão antes das filas. 

E afinal, qual golpe teremos? 


Em tempo:
Um dos erros de Lula foi pensar que tinha sido aceito pela Casa Grande após sair da senzala. "
"Nada é pior do que a oligarquia brasileira, principalmente a paulista. É incrível, a oligarquia paulista não quer o progresso social de jeito nenhum"
Cláudio Lembo

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O general mineiro Olympio Mourão Filho (1900-1972), membro da Ação Integralista Brasileira, participou ativamente de dois importantes episódios da história do Brasil. Primeiro, foi o autor do Plano Cohen, estudo atribuído aos comunistas sobre como se daria, hipoteticamente, a dominação comunista no país em 1937. Tratado como autêntico pelo governo, a falcatrua serviu como justificativa para um golpe de Estado, por meio do qual Getulio Vargas promulgou uma nova Constituição e criou o Estado Novo. Anos depois, em 31 de março de 1964, foi Mourão quem deu início à insurreição militar que depôs o presidente João Goulart, ao ordenar que suas tropas, em Juiz de Fora (MG), marchassem em direção ao Rio de Janeiro.

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