quarta-feira, 23 de março de 2016

A corrupção não nasceu agora...



É uma velha ágil, envolvente e como os vampiros que sugam o sangue dos humanos é eterna.
Vejo os gritos histéricos de Paulistas na Paulista como se descobrissem hoje um fato novo, a corrupção.
Apenas eles são contra a corrupção, os outros são corruptos. Todos são corruptos. Canalhas, vagabundos, indignos.
São filhos e netos dos paulistas que em 64 saíram rezando pela moral e bom costumes. Rezando com uma igreja onde a corrupção nunca existiu. Aproposito, nem perseguição, nem violência, nem assassinatos em massa e nem roubos.
Seus pais e avós já gritavam em alto e bom tom, “fora comunistas”.  Que nunca existiram.
A vezes penso que “comunista” é como um santo, um deus, um ET, um ser etéreo. Alguns fascistas acreditam, mas como os deuses, nunca foram vistos.
É fácil de explicar, a classe média não busca direitos, mas a manutenção de privilégios conseguidos durante séculos. Mexer nesses privilégios, que segundo eles, embora não confessem, são direitos é coisa de “comunista”.
A palavra “comunista” explica tudo e se os comunistas forem eliminados os privilégios são mantidos.
Esses caras que legitimaram o golpe de 1964 são também filhos e netos dos que gritaram em 1930. São os paulistas da revolução, que não queriam Getúlio sem saber por que.  Eram manipulados pelos fazendeiros do interior, que acreditavam em prejuízos, com a prometida industrialização e fuga de mão de obra, o que tornaria o “trabalhador” mais caro. Getúlio foi o melhor para SP.
Ainda assim a população não aprendeu muito. Seus pais e avós mentiram, não falaram que erraram por terem sido manipulados. Netos e bisnetos seguem a sina.
Ai descobre a corrupção que não existia na ditadura. Não sabem o custo da ponte Rio-Niterói, não souberam que caiu o viaduto Paulo Frontein por corrupção, que levou a compra de materiais de segunda, não lembramos custos das usinas de Angra, compradas da Alemanha, já obsoletas. Não sabem que o Paraguai de Strossner não gastou 1 centavo na Itaipu. Não viram o que foi feito da Transamazônica, nem o genocídio de índios, não viram o Brasil vender territórios para a Ford e nem o Projeto Jari.

Rodoanel - Dinheiro do povo, com lucro terceirizado


O Brasil não viu a privataria, quando se falava que o monopólio estatal era prejudicial. Ai mais de 20 empresas de telefonia acabaram se transformando em 4, hoje temos telefone e internet mais caras do mundo. Os paulistas não viram a doação de mineradoras e nem presentes como estradas de ferro. Não viram os tucanos de quatro para a indústria farmacêutica internacional, quebrando a nacional. Não viram a filha do Serra ficar rica em uma semana, nem o genro do FHC, pois esses não são filhos do Lula.  Lula é o cara que saiu da senzala para a casa grande e acreditou que seria aceito sendo um “Silva” qualquer.
Os paulistas, que berram na Paulista são os mesmo que votam em Alckmin, o bom moço da Opus Dei, que piorou o ensino para tentar terceirizar, que bate em estudantes e professores e desvia verbas da merenda. Mas isso não vem ao caso, como diria o bom juiz Moro, o mesmo que não condenou nenhum tucano, nos bilhões de desvio do Banestado, escândalo genuinamente tucano. Isso não vem aos caso.
Os paulista que esperneiam na Paulista, são os que se orgulham de boas estradas, construídas também com o dinheiro deles, asmas caras do mundo, que depois de construídas são doadas para a exploração de amigos, que é claro, não repassam nenhum tostão de volta, nem financiam eleições.
Os paulistas que choram na Paulista são os que não andam no Rodoanel, a obra mais cara do Brasil, que conforme vai sendo entregue, também vai sendo explorada por grupos amigos e o paulista, que pagou para fazer, agora paga para usar. Mas ele acha certo.
Os paulistas que batem em camisas vermelhas na paulista não leram sobre a ação que aponta conluio de nove empresas, entre elas Siemens, CAF do Brasil, Bombardier e Alstom, em contratos de manutenção de 88 trens da CPTM, entre 2007 e 2012, nos governos tucanos de José Serra e Geraldo Alckmin.





Esses paulistas que emporcam a Paulista, não sabem que o Ministério Público de São Paulo pede a nulidade dos três procedimentos de licitação em questão; valor da restituição imposta anula praticamente a possibilidade de acordos, que estavam em negociação. Governos PSDB-DEM. Não é PT. O PT não está envolvido, mas para esses paulistas “isso não vem ao caso”.
Os paulistas que picham a Paulista não ouviram falar nada da CPI dos combustíveis de SP. Questão de lógica, pois foi tudo engavetado.  O relator foi Arnaldo Jardin e o presidente da Comissão Edmir Chedid.
O paulista que chama ciclista de comunista na Paulista, além de não estudar história não sabe do roubo das merendas. E nem vai saber, pois será tudo engavetado. Em São Paulo não tem investigação pública, tem sigilo decretado pelo Geraldinho Opus Dei por 25 anos, mas o paulista fala que ditadura é da Dilma. Só o paulista inteligente, é claro.
Assim como o paulista que suja a Paulista, nos também queremos o fim da corrupção, mas não seletivamente, não apenas na senzala, queremos que comece pela Casa Grande. É lá onde se encontram as privatarias, onde está o nó da história, onde Paulo Francis denuncia roubo na Petrobras e morre durante um processo contra ele.
Queremos assim o fim da corrupção, do roubo de merenda, das terceirizações na saúde, nos radares (grande negócio), da rodovias, das merendas e tudo o que essas e outras terceirizações rendem aos caixas dois e três dos governantes e legisladores.
Nos queremos sim que se investigue a Petrobras, mas que o Aécio após 7 denuncias seja ouvido como foi o Lula. Que o Moro explique porque nenhum tucano foi preso no escândalo Banestado.  Que o Sr. Gilmar explique porque mandou soltar Daniel Dantas, assassinos de madres e estupradores.

Nos sabemos que a corrupção não foi inventada nos últimos 14 anos. 

E quem recebe o caixa 2 dos pedágios em vias construídas com o dinheiro do povo? 

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