É uma velha ágil, envolvente e como os vampiros que sugam o
sangue dos humanos é eterna.
Vejo os gritos histéricos de Paulistas na Paulista como se
descobrissem hoje um fato novo, a corrupção.
Apenas eles são contra a corrupção, os outros são corruptos.
Todos são corruptos. Canalhas, vagabundos, indignos.
São filhos e netos dos paulistas que em 64 saíram rezando
pela moral e bom costumes. Rezando com uma igreja onde a corrupção nunca existiu.
Aproposito, nem perseguição, nem violência, nem assassinatos em massa e nem
roubos.
Seus pais e avós já gritavam em alto e bom tom, “fora
comunistas”. Que nunca existiram.
A vezes penso que “comunista” é como um santo, um deus, um
ET, um ser etéreo. Alguns fascistas acreditam, mas como os deuses, nunca foram
vistos.
É fácil de explicar, a classe média não busca direitos, mas
a manutenção de privilégios conseguidos durante séculos. Mexer nesses
privilégios, que segundo eles, embora não confessem, são direitos é coisa de “comunista”.
A palavra “comunista” explica tudo e se os comunistas forem
eliminados os privilégios são mantidos.
Esses caras que legitimaram o golpe de 1964 são também
filhos e netos dos que gritaram em 1930. São os paulistas da revolução, que não
queriam Getúlio sem saber por que. Eram
manipulados pelos fazendeiros do interior, que acreditavam em prejuízos, com a
prometida industrialização e fuga de mão de obra, o que tornaria o “trabalhador”
mais caro. Getúlio foi o melhor para SP.
Ainda assim a população não aprendeu muito. Seus pais e avós
mentiram, não falaram que erraram por terem sido manipulados. Netos e bisnetos
seguem a sina.
Ai descobre a corrupção que não existia na ditadura. Não
sabem o custo da ponte Rio-Niterói, não souberam que caiu o viaduto Paulo
Frontein por corrupção, que levou a compra de materiais de segunda, não
lembramos custos das usinas de Angra, compradas da Alemanha, já obsoletas. Não
sabem que o Paraguai de Strossner não gastou 1 centavo na Itaipu. Não viram o
que foi feito da Transamazônica, nem o genocídio de índios, não viram o Brasil vender
territórios para a Ford e nem o Projeto Jari.
Rodoanel - Dinheiro do povo, com lucro terceirizado
O Brasil não viu a privataria, quando se falava que o monopólio
estatal era prejudicial. Ai mais de 20 empresas de telefonia acabaram se
transformando em 4, hoje temos telefone e internet mais caras do mundo. Os
paulistas não viram a doação de mineradoras e nem presentes como estradas de
ferro. Não viram os tucanos de quatro para a indústria farmacêutica
internacional, quebrando a nacional. Não viram a filha do Serra ficar rica em
uma semana, nem o genro do FHC, pois esses não são filhos do Lula. Lula é o cara que saiu da senzala para a casa
grande e acreditou que seria aceito sendo um “Silva” qualquer.
Os paulistas, que berram na Paulista são os mesmo que votam
em Alckmin, o bom moço da Opus Dei, que piorou o ensino para tentar
terceirizar, que bate em estudantes e professores e desvia verbas da merenda.
Mas isso não vem ao caso, como diria o bom juiz Moro, o mesmo que não condenou
nenhum tucano, nos bilhões de desvio do Banestado, escândalo genuinamente
tucano. Isso não vem aos caso.
Os paulista que esperneiam na Paulista, são os que se
orgulham de boas estradas, construídas também com o dinheiro deles, asmas caras
do mundo, que depois de construídas são doadas para a exploração de amigos, que
é claro, não repassam nenhum tostão de volta, nem financiam eleições.
Os paulistas que choram na Paulista são os que não andam no
Rodoanel, a obra mais cara do Brasil, que conforme vai sendo entregue, também
vai sendo explorada por grupos amigos e o paulista, que pagou para fazer, agora
paga para usar. Mas ele acha certo.
Os paulistas que batem em camisas vermelhas na paulista não
leram sobre a ação que aponta conluio de nove empresas, entre elas Siemens, CAF
do Brasil, Bombardier e Alstom, em contratos de manutenção de 88 trens da CPTM,
entre 2007 e 2012, nos governos tucanos de José Serra e Geraldo Alckmin.
Esses paulistas que emporcam a Paulista, não sabem que o Ministério
Público de São Paulo pede a nulidade dos três procedimentos de licitação em
questão; valor da restituição imposta anula praticamente a possibilidade de
acordos, que estavam em negociação. Governos PSDB-DEM. Não é PT. O PT não está
envolvido, mas para esses paulistas “isso não vem ao caso”.
Os paulistas que picham a Paulista não ouviram falar nada da
CPI dos combustíveis de SP. Questão de lógica, pois foi tudo engavetado. O relator foi Arnaldo Jardin e o presidente
da Comissão Edmir Chedid.
O paulista que chama ciclista de comunista na Paulista, além
de não estudar história não sabe do roubo das merendas. E nem vai saber, pois
será tudo engavetado. Em São Paulo não tem investigação pública, tem sigilo
decretado pelo Geraldinho Opus Dei por 25 anos, mas o paulista fala que
ditadura é da Dilma. Só o paulista inteligente, é claro.
Assim como o paulista que suja a Paulista, nos também
queremos o fim da corrupção, mas não seletivamente, não apenas na senzala,
queremos que comece pela Casa Grande. É lá onde se encontram as privatarias,
onde está o nó da história, onde Paulo Francis denuncia roubo na Petrobras e
morre durante um processo contra ele.
Queremos assim o fim da corrupção, do roubo de merenda, das
terceirizações na saúde, nos radares (grande negócio), da rodovias, das
merendas e tudo o que essas e outras terceirizações rendem aos caixas dois e três
dos governantes e legisladores.
Nos queremos sim que se investigue a Petrobras, mas que o
Aécio após 7 denuncias seja ouvido como foi o Lula. Que o Moro explique porque
nenhum tucano foi preso no escândalo Banestado.
Que o Sr. Gilmar explique porque mandou soltar Daniel Dantas, assassinos
de madres e estupradores.
Nos sabemos que a corrupção não foi inventada nos últimos 14
anos.
E quem recebe o caixa 2 dos pedágios em vias construídas com o dinheiro do povo?
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