O diferencial do PT era o Lula.
Impedido pelo
golpe de participar da eleições de2018, Lula deixa em branco o que não foi.
Assim como
Brizola no PDT, Lula era a cereja do bolo do PT. O mesmo PT que tinha em Zé
Dirceu um grande pensador e articulador. Brizola não teve o seu Dirceu.
Para quem,
assim como eu, nunca foi PT, a falta de Lula será sentida pela democracia
cambaleante e por tudo o que ele representou em avanços sociais. Depois de
Getúlio, Lula foi o cara.
Os pobres de
direita, sem direitos e cheios de preconceitos, continuarão por um bom tempo,
achando que são ricos e amigos dos ricos. Em pouco tempo serão aniquilados do
mapa. Logo voltarão para suas igrejas exóticas pedindo parcelamento do dizimo,
ou devolverão seus carros comprados em grossos carnês.
Foram anos de
vai e volta de 1987 para cá, o Brasil cambaleou entre avanços sociais e
retrocessos econômicos, mas sempre ativo na missão de empobrecimento cultural.
Com sucesso diga-se de passagem.
Foi em 2002 que
finalmente o Brasil deu os primeiros passos para deixar de ser colônia, se
livrar de blocos escravagistas como FMI e andar com suas próprias pernas. As
vitórias foram inegáveis.
Mas afastar um
povo de sua pobreza, considerada destino, livrar um país de heranças coronelistas
e criar um novo modelo econômico tem seu preço. E é caro.
Ao mudar os
conceitos e dar inicio a um processo de dignidade popular, Lula ferio
sentimentos centenários. Ainda que jogasse nos dois lados, financiasse ricos,
promovesse corporações, o que estava em jogo e é inadmissível era a melhoria de
vida do povão e a soberania nacional finalmente conquistada.
A melhoria nas condições
de vida não eram interessantes às corporações, que tinham como caixa de ressonância,
os pequenos empresários ignorantes e sedentos por se tornarem gente grande.
A soberania,
por sua vez, sempre foi ignorada pelo próprio exército, embora seja a função
principal de sua existência.
Enfim criou-se
a condição para que Lula fosse alijado do processo eleitoral. A corrupção. Não
que alguém de sua oposição, formada pelos mais conhecidos canalhas, estivesse
preocupado com o fator honestidade, pelo contrario. Essa questão é apenas um
mote para dar a juristas especialmente treinados, o veredito final. Veredito apoiado por ignorantes manipulados,
joguetes nas mãos dos verdadeiros canalhas.
E Lula é o
único corrupto vivo e condenado desse país.
E por onde
andam os 200 milhões do Cunha, os 540 do Serra, o trensalão do Alckmin, o
Helicoca, dos Parrelas, o avião de pó da fazenda do Maggi, os processo por uso
de agrotóxico do Gilmar, as malas do Aécio, o apartamento do FHC em Paris, o
duplex do Moro pago a preço de casa popular, o dinheiro do Jucá? Ninguém mais
se preocupa com isso.
O golpe é tão
hilário, que todos os bandidos denunciantes foram soltos, exceto o atrapalhado
Joesley, que após financiar o golpe de Dilma, foi denunciar o Temer. Grande
erro, quando só podiam abrir a boca para atribuir crimes a Lula. Perceberam o
quanto Joesley é burro e ganancioso?
O que nos resta
é unir a pseudo-esquerda, mas como, se o PT voltou a ser o PT. E com o PT
voltando a ser o PT não há acordo.
O PT sempre
esteve contra as correntes mais progressistas, quando não tinha chances de
vencer, desde 1982.
O PT sempre
gritou, “mas o fulano não é de esquerda”... Mas o PT não sabe que ele próprio
nunca foi de esquerda. Não lembra que o Alencar nunca foi de esquerda. Esqueceu
que o Temer sempre foi o que sempre foi.
Na sucessão
presidencial sem Lula, os comentários mais comuns são: “Ciro é coronel.” (mas o
Sarney, que chegou a apoiar o PT era o que?), “Manoela é melhor que Ciro.”-
Também acredito na ideologia da Manu, mas e o fator eleitoral? Será melhor
entregar para o homem da Opus Dei, ou para um Bosal populista?
Outra frase
muito ouvida é a de lançar candidato próprio. Quem será o nome para ser
derrotado e tirar votos de um menos pior?
Será que o
PCdoB, PDT, PSB e outros, que em diversas ocasiões apoiaram o PT estavam
errados, pois agora o PT diminuto, não vai agir assim.
Será melhor
deixar vencer o pior, para que o PT tenha chances em 2022? Mas ai o que terá
para administrar?
Não é hora do
PT voltar a lutar por causas comuns, como a cobrança de impostos para as
igrejas, que se multiplicaram e empobreceram a cultura e a discussão política?
Infelizmente o
PT vai voltar a ser o PT. Pobre e sem qualquer estímulo a cultura, como foi o
excelente governo Lula. Excelente na economia e nas questões sociais, mas nada
fez contra o empobrecimento cultural e o retrocesso político.
Sem Lula o PT volta a ser apenas um partido. Confuso. E nos voltamos a remar contra a maré, contra a direita e contra os que se acham importantes.
Sem Lula o PT volta a ser apenas um partido. Confuso. E nos voltamos a remar contra a maré, contra a direita e contra os que se acham importantes.
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