sábado, 30 de julho de 2016

Um golpe melhor que o militar




A opinião desse gente, os COXINHAS não interessa mais. Interessou antes do golpe quando era necessária a massa de manobra.Coxinhas e paneleiras foram usados para dar uma ar de popularidade ao golpe
O golpe se consolidou.
Opiniões de povo pouco interessa.
Agora o Serra indica para quem vender, o Maggi, qual tribo matar, o Caiado onde grilar, o Cunha onde depositar.
Mas ninguém será torturado ou perseguido como no golpe de 64, no lugar do exército entra a justiça, e como diz a GLOBO, uma instituição que está funcionando.
Sim está, com abuso de poder de um lado e omissão de outro.
Ah, o Sergio Moro?
Esse agiu diferente no BANESTADO. Não agiu com o Cunha e nem com sua mulher. Não se interessou pela delação contra Temer. Claro, isso não vem ao caso.
Eu sei como funciona a justiça, já tive processos, num dele o juiz pediu a dispensa das testemunhas, pois segundo ele não via nenhuma caso a ser julgado. No dia seguinte foi transferido e outro de passagem deu uma sentença sem ler o processo, tanto que citou artigo errado. Mas isso é normal, parece que depende dos interesses e não há nada que se possa fazer contra os bons juízes que se equivocam.
Não significa dizer que não existem bons juízes, de verdade. Eles existem, principalmente juízas. Mas não nas altas cortes.
Votando ao golpe, cabe a justiça interpretar cada caso de acordo com as conveniências dos golpistas.
Ex: Delcidio tentou atrapalhar delatores =prisão e perda de mandato - Jucá fez o mesmo = Isso não vem ao caso --- Gravações citam o nome de Lula, = criminoso tem que ser preso. Gravações citam Temer = Ninguém pode provar que é verdade. Achado um shampoo com o nome Marisa no sitio de Atibaia = É da mulher do Lula e o sítio é do Lula. Achado uma conta na Suíça no nome da mulher de Cunha = coitada ela não sabe de nada. Em resumo, a partir de agora não existem mais parâmetros para a justiça consolidar o golpe.
Assim, bem mais perfeito que o golpe de 64, onde militares cabeça de bagre torturavam e matavam, hoje a justiça julga baseada em falsos depoimentos, delações e condena. Se for conveniente.
Os militares tiveram que matar lideranças e mandar Goulart para longe, os golpistas de hoje só precisam deixar Lula inelegível, pelo menos até a próxima eleição, ou enquanto vendem o Brasil, no atacado e no varejo.
Depois que se dane, nada vai sobrar.

Nada.




sexta-feira, 29 de julho de 2016

GOLPE - De quem é a culpa?

A farsa da Lava-Jato, a farsa da justiça, a farsa do golpe legal, a farsa da Globo e a realidade de um povo bunda aliado a uma quase maioria manipulada. Em resumo, a capital mundial da ignorância


Antes de Dilma não existiam investigações.  Dilma garantiu a delação premiada e a liberdade de investigações.
Falamos isso há muito tempo, mas a manipulação midiática atinge ignorantes facilmente manipuláveis, bem com a pseudo-esquerda alternativa. Antigamente chamado de bichos-grilos enquanto não ganham uma boa grana. Além é claro, paneleiras de plantão e retardados on-line.
Todas as investigações da Lava Jato, promovidas pelo juiz Moro foram no sentido de desmoralizar membros do PT para atingir o governo Dilma levando os manipulados a acreditarem que só ali existia corrupção e que nunca se roubou tanto como hoje. O objetivo maior é Lula.
De um lado José Dirceu está preso e condenado a 23 anos, tudo o que se diz sobre seus possíveis roubos não chega a uma das contas de Cunha na Suíça. Sua mãe teve a casa confiscada. Uma casinha de classe média baixa de uma mulher com mais de 90 anos. Exemplo  de “justiça” do Sr. Moro, que não teve coragem sequer para interrogar a mulher e a filha do Cunha. Moro também não condenou ninguém no rombo de 600 bilhões do Banestado. Eram tucanos com proteção do Ibama.
Tudo o que se falou sobre os filhos do Lula, com tudo o que poderiam ter ganhado por trafico de influencia não chega a 20% da riqueza da filha do Serra. É o Mercado Livre da tucanagem.
A Lava Jato investigou centenas de pessoas, a minoria era do PT, mas foram os únicos com destaque na mídia, levando o povo mais ignorante a acreditar que apenas o PT estava envolvido. Quero que o PT se dane, mas minha preocupação é democracia e entreguismo. Não que o PT nunca tenha entregado parte do pré-sal, nióbio e xisto. PT também é bosta, mas fede menos que o resto.
A cada ação do bom juiz, paneleiras da classe média alta batiam suas panelas. O PT rouba. Os outros não. Claro que ninguém acreditava, as panelas estavam nas mãos de sonegadores.
Delcidio vem do PSDB, oportunista como Cunha, como Romero, como Maluf, como Kassab, como Serra, como FHC e por ai vai, alista é grande, porém se um delator citasse um petista, na hora ele estava condenado, mas se dizia que FHC levou 100 milhões, que Aécio levava 1/3 isso “não vem ao caso” dizia o honesto juiz Moro. Delcidio vai de novo para a cadeia, mas pelo mesmo crime Jucá continua impunemente assessorando o coveiro do Planalto Central
As investigações começaram a levantar os nomes dos verdadeiros bandidos, aqueles que sempre roubaram e alguma coisa tinha que ser feita. Não era mais o PT, o PT começou a ficar minoria, foi perdendo terreno e agora apareciam os nomes do PSDB, DEM, PP, PMDB, bancadas religiosas, da bala, da terra e não sobrava ninguém, todos estavam envolvidos ai era hora de requentar noticias. O sítio do Lula. Que merda!
PQP Lula! Não dá pra falar que o sítio foi comprado pelo Jacó, que a Dona Marisa encheu o saco que queria ele para o marido, deu “duzentinho” e ficou de dar 600 depois?
Porque dar motivo para a Globo, Moro e outros entreguistas? Que o PT sempre foi um ninho de burrice nos sabemos, que os “companheiros” não pensam, nos sabemos, mas e ai, você sabe das coisas Lula, é o cara.
O PT inchou quando estava no poder, foram avisados que se tornariam um grande PMDB de 1986. Um partido de adesistas canalhas. Eu mesmo avisei a deputados, senadores, dirigentes, pois o fim era certo, eu já tinha visto o filme, quando ainda era em preto e branco.
E meu problema nunca foi o PT, mas a democracia, pela qual o PT se recusou a lutar e o entreguismo contra o qual o PT só bostejava, mas nunca fez efetivamente nada.
Eu sabia que o melhor jeito de romper o hímen de nossa jovem democracia era deitar com o PT e cumpriu-se a profecia. A direita que comanda não é burra. Burros são apenas a direita serviçal, aquele povão que trabalha e luta para o enriquecimento dos chefões da grande facção.
Mas ai também existe culpa do PT, a única maneira de mudar seria pela cultura. Inclusão social com bolsa família, estudos, mais médicos é super importante, mas no primeiro dia do governo Lula seria necessário que fosse o primeiro dia de um projeto cultural. Projeto que o PT nunca teve, nunca se preocupou, nem sabe do que se trata. Mas eu escrevi, mandei e-mails, tentei explicar, claro que no posto de um caipira do interior de São Paulo, que fez a experiência e provou que a inclusão começa pela cultural. Mas não tinha porque ser ouvido, nem quem pudesse ouvir.
Não discordo do projeto de poder. A direita tem o seu, o centro também deveria ter e tentou, mas errou na dose e no doente. Já a esquerda verdadeira, que na verdade não é esquerda, essa não tem poder, tem tanta vaidade quanto a extrema direita, os mesmos deuses mas sem grana, quando resolverem esse problema de grana, não serão mais da esquerda.
E votando ao golpe, as investigações levaram onde os donos do poder não queriam. O STF implicado e como nomes como o de Gilmar Mendes aparecendo a todo hora. Temer e a direita golpista sendo cobrados. A Globo sendo denunciada por sua divida de quase 400 bilhões. As principais empresas envolvidas. Sempre envolvidas. Isso vem da ditadura, as grandes empreiteiras não começaram hoje, multinacionais como a Ford, lá atrás já patrocinavam a tortura, principalmente dos denunciantes. A Lava Jato estava finalmente mostrando 50 anos de corrupção e não os cinco de Dilma.
Dilma por sua vez lavou as mãos e deixou a PF investigar. Não era uma jogada de marketing e a cada 1 petista implicado 10 oposicionistas eram citados.
Só restava uma coisa: o GOLPE. É golpe e será legalizado, pois nem escolher os membros do STF o PT soube. 
O golpe seria a única forma de parar com tudo, parar investigações, trazer a direita corrupta de volta ao poder, acabar com programas sociais e privatizar o país. E é claro entregar até a mãe.
Existem interesses enormes para privatizar a saúde.  É uma questão de dinheiro, a privatização é o melhor caminho para a corrupção.  
Acabar com a cultura (que já não existia) e deixar que a Globo cuide da formação da população,  que já vem sendo dopada há anos.
Acabar com o Bolsa Família e deixar que morram os que tem fome. Isso é uma parte da guerra neoliberal. E a indústria da morte gera empregos e lucros.
O Golpe precisava de algo mais, lugar de pobre não é na universidade, isso transformaria a relação com o trabalho no futuro, dentro de 10 anos teríamos uma mão de obra mais cara e menos lucros aos donos do poder.
Acabar com avanços ambientais, é preciso exportar carne e soja, mata não dá lucro e índios atrapalham. Porque deveriam ter direitos, se como diz o ministro Blairo Moto Serra, uma família é mais importante que índio. Índio não tem família, não é gente e não deve ter documento de posse da terra.
Na educação a coisa é mais simples, bastava entregar para a ARENA (DEM) que acabou com ela na década de 1970.  Gente que sabe como destruir tudo. Assim foi e vem ai a lei do “cala a boca professor”, não que eles tenham muito o que falar. São poucos conscientes, outros nem vão perceber a diferença. É proibido doutrinar, mas ainda não li onde diz que é proibido a doutrinação religiosa.
O governo tem gente competente para  destruir o estado  e deixa-lo pronto para a privatização total. A culpa não é da direita bandida e assassina. A culpa é do PT.
Tem o Meireles, sempre a serviço do capital internacional, com capacidade para duplicar o déficit. Que por sinal foi ministro do PT.
Enfim, aquela luta que comecei a participar em 1979 ( falo eu, porque ainda era jovem e começava a lutar pelos direitos de todos, mas era um grão de areia na praia) pela abertura, depois por eleições diretas, a alegria de estar no palanque de 25 de janeiro e ver o povo vibrar, a alegria de colaborar ainda que distante com uma constituinte e sentir que finalmente estávamos avançando e que finalmente eu deixaria um país melhor para meus filhos, de repente foi escorregando pelos dedos. E quando tudo poderia mudar, eis que o PT se esqueceu de ler a cartilha, dormiu com o inimigo, agradou os bandidos, rasgou a luta e ignorou a cultura. É a cultura... Em 13 anos já teríamos um geração alheia a Globo, a Golpe e com menos flúor no cérebro. Essa geração lutaria contra o golpe.



segunda-feira, 11 de julho de 2016

Street fotografia - Cenas Brasileira

Mudar a Justiça

Está na hora de começar a pensar na mudança da justiça e punição para juízes não justos.

CNJ
Qualquer pessoa pode acionar o Conselho Nacional de Justiça e apoiado na Lei pode fazer denuncias contra prejuízos provenientes de decisões de justiça e juízes.
"Qualquer cidadão pode acionar o Conselho Nacional de Justiça, desde que a reclamação ou representação esteja relacionada à competência institucional do CNJ. É importante que as petições atendam aos requisitos previstos no Regimento Interno do CNJ."
o CNJ disponibiliza o modelo de reclamação disciplinar.http://www.cnj.jus.br/images/corregedoria/modelo_de_rd.pdf
Como sempre digo aqui, o problema no Brasil não são os políticos e nem eleitores. O grande problema é a justiça, principalmente quando existem juízes comprometidos com grupos e não com o povo, que é o pagador de seus salários, para que se faça a justiça.
Não é possível se fazer justiça, quando o juiz é comprometido. Não é possível que um cidadão seja julgado por um juiz que já o comprometeu anteriormente, sem sequer ler o processo, em alguns casos as palavras são dos próprios TJs .
Um juiz que não se declara suspeito, contra alguma pessoa que já tentou prejudicar anteriormente não pode continuar sendo juiz. Já passou da hora para o CNJ tomar providencias e afastar aqueles que desrespeitam as leis.
A justiça deve ser para todos, incluindo juízes maus intencionados. É claro que não são todos, talvez não passem de uma minoria, mas são as laranjas podres dentro do saco.
Já elogiei alguns juízes, de nossa cidade mesmo, por suas atitudes legais, claras e justas. Da mesma forma, como não podemos citar os ruins espero que o CNJ tome as devidas providencias

As Rainhas da Noite

Minhas Vidas Virtuais

Livro - Republica Socialista do Paraguay

Redes sociais


Ainda não teremos REVOLUÇÃO pelas redes sociais,
mas já sabemos quem são os racistas, os fascistas, os homofóbicos, os armamentistas, os canalhas, os ignorantes, os serviçais do poder.
Ainda não vamos mudar o mundo, mas sabendo quem é quem, já podemos melhorar amizades e purificar nosso convívio.
Ainda não faremos a Revolução pela internet.
Ainda...

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Por que defender a Constituição de 1988

Por que defender a Constituição de 1988

Temos todos os motivos (e comungamos de todos os deveres) para defender a legalidade democrática

mesa
À Constituição de 1988 são devidos 26 anos de estabilidade democrática, o mais extenso período desde 1946.

É preciso festejá-los, pois é nos momentos de segurança democrática que mais avança o processo político, e com ele se fortalecem as organizações sindicais e populares.

Temos todos os motivos (e comungamos de todos os deveres) para defender a legalidade democrática, pois, sempre que ela é rompida são os movimentos populares, os trabalhadores, os camponeses e os pobres que pagam o alto preço da fatura, seja por força das restrições impostas ao exercício da política em geral e do sindicalismo de forma específica, seja pela prática de restrições (também chamadas de ‘flexibilização’) aos direitos trabalhistas, no que, aliás já se empenha o presidente interino porque esta é, entre nós, a história recorrente dos governantes de direita.

Por isso devemos combater o governo da ursurpação, pois pretende impor ao País – trata-se de projeto já em curso – um  retrocesso de décadas, expresso na sua proposta para a economia, que visa ao desmonte do Estado, o aprofundamento da desnacionalização, a desvinculação do salário mínimo, a reforma da previdência e a precarização das relações trabalhistas, sob o pomposo nome de flexibilização.

A defesa da legalidade é, hoje como sempre, uma cara bandeira das esquerdas brasileiras: ela se faz agora de par com a denúncia dos atentados que se perpetram contra a ordem democrático-constitucional, e as ofensas partem do Congresso, do Executivo e, até, do Poder Judiciário, principalmente do Supremo Tribunal Federal, cuja função precípua é a de guardiã da Constituição.

Pois essa Corte faz tábula rasa do seu Art. 5º, o que trata dos direitos e garantias individuais e coletivos.

Em todos os momentos de domínio político pelo conservadorismo, e estamos em face de sua recidiva (que promete ser a mais profunda nos últimos 20 anos e que se anuncia contundente e longeva), as vítimas foram os movimentos populares, e em todos esses momentos a resistência democrática foi a bandeira das esquerdas brasileiras.

Já está o governo interino investindo contra o movimento sindical, contra a previdência social e contra o movimento estudantil.

Mas não é esse o único abismo a nos separar: aqui, os avanços da democracia e da participação, estiveram sempre apoiadas no movimento popular e na legalidade, e, de certa forma, sempre atendendo a suas demandas (como, por exemplo em 1961, com a defesa da ordem constitucional e em nome dela a posse do vice-presidente João Goulart), enquanto a instauração do Estado autoritário (como o de 1937 e o de 1964) dependeu sempre do esbulho, da fraude, do golpe, ainda quando perpetrado sob o manto de um legalismo formal.

De igual intenta consagrar-se o conservadorismo autoritário do governo interino, fraudulento em sua gênese, que promete consolidar-se como poder de fato quanto mais se distancia da expectativa de poder legítimo, meta que se lhe afigura como irrelevante.

Tanto a Constituição ‘cidadã’ do Dr. Ulysses, quanto o regime de 1946, nasceram após a derrota de duas ditaduras (o ‘Estado Novo’ de Vargas e a ditadura militar implantada em 1964).

A queda do ‘Estado Novo’, em 1945, coincidia – como um reflexo – com a demolição do nazi-fascismo e a vitória dos exércitos aliados, cujos feitos abriram caminho para o crescimento no Brasil e em todo o mundo dos movimentos populares, trabalhistas e comunistas, antes reprimidos pela ditadura.

As Constituintes de 1946 e 1988 nasceram, ambas, do pleito popular e como fruto de pactos sociais.

Somos beneficiários desses ventos.

Para não ir mais longe, a Constituinte de 1988 foi convocada e reuniu-se na cimeira de ampla ação popular e de massas, como o grande fruto da luta pela Anistia e contra a tortura, como fruto do pleito pelas Diretas-já, da implosão do Colégio eleitoral e da eleição de Tancredo Neves.

A ascensão do movimento popular – e com ele o crescimento das organizações de esquerda – era o desdobramento da luta contra a ditadura, reunindo em um mesmo palanque todas as forças populares e democráticas do país, e mesmo a dissidência liberal do regime militar.

Contra essa base legitimadora investe o atual Congresso.

A Constituição de 1988 foi o fruto de um pacto que refletia a correlação de forças do momento. Se esse pacto na medida em que possibilitou a Constituinte também condicionou a redemocratização, limitando seus avanços sociais e políticos, verificamos, passados quase 30 anos, que há muito o que comemorar, a começar pela estabilidade democrática, a vida política sem abalos institucionais, livrando-nos daquela insegurança que caracterizara o regime de 46-64, pontilhado de golpes de Estado, insurreições militares, crises políticas, mudança de sistema de governo, até desembocar em uma ditadura militar que revogou a ordem constitucional democrática, substituindo-a pela violência dos Atos Institucionais.

Uma das características da atual ordem constitucional é sua capacidade de absorver golpes enquanto permanece incompetente para sair das cordas a que foi levada pelo avanço do golpismo de direita, que se objetiva na usurpação do mandato da presidente legitimamente eleita.

Esse golpismo fere o princípio pétreo da soberania do voto. Esse golpismo se manifesta quando o governo interino impõe ao país um programa econômico que implica radical guinada liberal, sem qualquer respaldo social, sem qualquer consulta ou discussão ou aprovação em processo eleitoral.

Ele se desvela quando o Congresso, sob o comando do Planalto de hoje, e dando sequência ao golpe parlamentar aberto em 17 de abril pela Câmara dos Deputados, inicia a desconstrução da ordem constitucional de 1988, atentando contra o projeto de Estado fundado no desenvolvimento com inclusão social, ponto de partida inafastável para o combate à pobreza, à fome e à desigualdade social.

Foi em torno desse projeto que a sociedade se manifestou respaldando a Constituinte.

"A Constituição não cabe no Orçamento", dizem agora os arautos desse liberalismo a fórceps, para quem a ciranda financeira deve ser preservada a todo custo, como preservada deve ser a identidade dos credores que drenam os recursos da nação. "Sem reforma da Constituição não há possibilidade de equacionar o pagamento da dívida", diz o ex-presidente do Banco de Boston, agora nosso Czar das finanças.

Campeão de impopularidade e motivo de rejeição crescentes, quais são as bases sociais nas quais se apoia o nominalmente chefe do governo antipovo?

Na verdade, Michel Temer ocupa espaço no Palácio do Planalto pela contingência de encontrar-se na vice-presidência da República e ser desprovido daquele caráter que notabilizou o probo e honrado José Alencar.

O Poder foi tomado de assalto pelos interesses vinculados ao imperialismo e ao grande capital nacional, a ele vinculado ou não, tendo à frente o capital rentista e o agronegócio, com a ajuda da bancada pentecostal (89 deputados), em um Congresso ainda hoje liderado pelo deputado-réu Eduardo Cunha (o que por si diz tudo de sua qualidade ética) e assim apto ao golpe, com um Poder Judiciário que ao golpe se associou.

Desse projeto Temer é o instrumento necessário, mas o núcleo duro do poder está longe de suas mãos, exercido que é pela dupla Meirelles-Serra, que, nesse governo, desempenham o mesmo e crucial papel que em 1954, quando assumiu Café Filho, desempenharam Eugênio Gudin e Vicente Rao, e que na primeira fase da ditadura, a mais entreguista, sob Castello Branco, exerceu a dupla Campos-Bulhões.

A História não se repete, por óbvio, mas no Brasil ela é recorrente.

Assumindo o Poder em agosto de 1964, a UDN (que com seus tentáculos militares e a associação com a grande mídia, levara Vargas à deposição e em seguida ao suicídio), não teve condições de evitar as eleições de 1955 e muito menos as eleições de Juscelino Kubitscheck e João Goulart, que, por circunstâncias históricas, representavam, principalmente para o lacerdismo, o retorno do varguismo.

Tentaram o golpe – o núcleo duro do Catete e o lacerdismo – e, derrotados, tiveram de resignar-se à vitória da legalidade.

Em 1961, não podendo de novo impedir a posse de Jango, impuseram o parlamentarismo, com o inefável e decidido apoio do Congresso nacional. Os militares de 1964 encontraram convocadas as eleições de 1965 para os governos estaduais, e as mantiveram, e as perderam. A resposta veio a galope com o fim das eleições diretas.

Hoje, qualquer alternativa serve à direita, menos eleições, a não ser eleições de cartas marcadas, ou sem adversário, daí, como prévia condição, a tentativa de aniquilamento do PT e a destruição moral e política de Lula, em que se empenha a articulação reacionária.
Roberto Amaral
Roberto Amaral é escritor e ex-ministro de Ciência e Tecnologia