Voltamos no tempo.
Enquanto o mundo busca soluções para combater o vírus, o
Brasil revoluciona com orações e jejum.
Não temos a solução apenas para isso. A Era Medieval se
instalou definitivamente e sob o manto da democracia —fictícia como em qualquer lugar— vai levar o Brasil,
em breve, para a era moderna, desde que o povo estabeleça sua Bastilha, algo improvável.
O culto a ignorância promovido, inadvertidamente, por
negligencia, ou desconhecimento social (por PMDB, PSDB e PT, cuidadores do
mercado), faz-se visível hoje, quando acordamos numa segunda-feira de 1976.
Porque 1976?
-Lembro que em 76 eu começava a entender a política
nacional, pela política loca. Naquela época, após os ditadores perderem em 16
estados do Brasil, dois anos antes, iniciou-se a farra do adesismo. Muito
eleitos pela oposição, por conveniências locais, foram comprados pela situação
e mudaram de poleiro. Anos após, para se recomporem de nova derrota, os
ditadores criaram os “senadores biônicos”.
É claro que o povo não viu. Não se preocupou e nem se
interessou pelo que estava acontecendo. Pergunte hoje para alguém com mais de
56 anos, se ele se preocupou com o adesismo, ou com os biônicos.
Era a época de torturas. Quem lutava por democracia era
comunista e subversivo. Quem se preocupava com a corrupção desde Itaipu, Rio-Niterói,
Transamazônica, era morto e quem não concordasse com a censura era censurado.
Foi nessa época que incentivaram a ignorantização do país,
foram rápidos e certeiros. Fim do ensino de qualidade criado na época de
Getúlio. Apoio as atividades das igrejas da prosperidade.
Após as derrotas nas Diretas Já, passamos por momentos
populista com Collor, entreguistas com FHC, social-populescos com Lula e o mais insuportável de todos, o
governo legalista e democrático de Dilma.
Não criamos nova lideranças, nem podíamos, sequer criamos
seres pensantes, mas criamos políticos de galera, vomitando bobagens e propondo
fim de direitos populares, com apoio do povo, que sequer sabia do que se
tratava.
Assim como na década de 1970 o governo ditador comprava
apoio, prefeitos, deputados e senadores, hoje repetimos o modelo.
O povo não sabe nada. Nunca se informou. Nem quer.
Um dos cata-jecas, apelido dos antigos ônibus de interior,
que iam de cidade a cidade, parando a cada 50 metros, nas estradas, temos hoje
os Kassabs.
Esse cidadão, após um belo acordo com o presidente apoiado
pelo Queiroz, tem uma mala cheia de verbas para conquistar a ideologia de
políticos.
Só nesses cantos, esquecido pelo estado e pelo demônio,
temos dezenas de prefeitos, vereadores e deputados aderindo. Partindo de
Guarulhos, só para não sair da Fernão Dias, passando por Atibaia e entrando
pelas quebradas do mundaréu, os adesistas surgem aos montes.
Enquanto o povo, com toda razão, se esconde do Covid, o presidente
fanfarrão coloca seus capangas de luxo, na busca de políticos ávidos por
dinheiro. Para suas cidades, claro!
Aqui e ali, o que vemos são ratos botando o focinho para
fora e buscando novos enganos. Nada a
causar espanto. Ninguém muda, é o que é.
E ai aparece o presidente falando de golpe e o STF e todos
se preocupando com as falas, enquanto de real, o golpe está em andamento. Vejam daqui a dois meses, quem
se elegeu e onde estão hoje. Vejam a ideologia que juravam ontem e a que se
submetem hoje.
Ai está o alicerce do golpe. A fala presidencial é apenas o
ensaio de um discurso futuro. Um teste de campo, só para saber se a fala será
aplaudida, no teatro de horrores, que começa a abrir suas cortinas.
Aplaudam, pois as vais serão julgadas como subversão.
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