segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Sobre a mudança de nome da Estação Vila Mariana do Metrô de SP


Resultado de imagem para estação vila mariana


Se você quer ter uma religião o problema é teu. O estado brasileiro é laico.
Mas se você que levar sua religião para a política, ou para espaços públicos, temos os direito de reagir e falarmos o que pensamos de sua Religião e de sua ignorância e hipocrisia.
A proposta de mudança no nome da estação Vila Mariana do metrô em SP é hipócrita, ignorante, populista e inconstitucional.
Foi votada por deputados vagabundos, que fazem a política virar piada. Oportunistas.
"A fim de prestar uma homenagem ao Pastor Enéas Tognini, o deputado André Soares (DEM) protocolou o PL 1626/2015 que denomina de "Enéas Tognini" Vila Mariana"a atual estação Vila Mariana da Companhia do Metropolitano" Metrô, linha Azul de São Paulo. Importante pregador do evangelho no Brasil, Tognini, falecido no ano passado, influenciou não apenas os líderes da igreja Batista do Povo, mas diversas outras denominações."
Vão colocar nomes de religiosos nas suas propriedades. A constituição me garante a laicidade do estado. Ser vocês, hipócritas oportunistas querem transformar o Brasil num estado religioso, como o Estado Islâmico, vão se foder.
Bando de canalhas.Imprestáveis.
Procurem coisa melhor para fazer, como por na cadeia os ladrões de merendas.

Em tempo: Tinha que ser um deputado do Dem, para ter um ideia idiota com essa. Esse deputado deveria se preocupar em investigar as torturas e a corrupção dos membros de seu partido dos tempos de ARENA até hoje. Vai trabalhar...

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Fábrica da violência

A violência da direita é impune.

Resultado de imagem para criminalidade


Quando falamos de violência pensamos logo na “violência de varejo” . Aquela do dia-a-dia, no assalto na casa, no roubo na rua, no roubo de carro, de sequestros, assassinatos, etc.
Varejo uma ova, pois hoje vem no atacado.
E no atacado é impune como os seus verdadeiros causadores. O estado e a facção chamada de classe dominante.
São famílias de vitimas do descaso do estado fazendo vitimas na sociedade.
Fazem parte dos posseiros expulsos da terra por grileiros protegidos pelo sistema, desempregados de multinacionais por empresários protegidos pelo sistema.
É a violência dos violentados, que não tem onde morar, pois Minha Casa é para classe alta nos governos de direita. Expulsos da escola, pois a fome fala mais alto que a vontade de aprender e a merenda roubada faz falta na barriga do pobre.
É a violência que cresce as margens dos Lava-Jatos empenhados em achar um crime para o Lula enquanto a “facção oficial” indica ministros e ministros se divertem nos iates do poder com as filhas dos futuros violentos.
Bandidos batem em idosos, enquanto seus país sofrem nas filas dos aposentados. Estupram crianças enquanto um congresso cheio de estupradores gente de bem, no congresso fazem as leis. Mas só para eles, os bandidos pobres.
A casse média, sempre achando que não é pobre, que não é violentada apenas reza. Ora na hora. Mas nessa hora os violentos já se rebelaram. Os culpados jantam na mesa da justiça.

E a violência vai cuidando naturalmente de aniquilar a classe média. Aquela mesmo que levou os culpados ao poder e transformou  violentados em violentos. 

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Prefeituras: Terceirização o melhor caminho para a corrupção

Resultado de imagem para roubalheira nas prefeituras

Caneta nas mãos de analfabeto não escreve história



Tenho visto muitos prefeitos reclamando a falta de dinheiro e dos gestores anteriores a eles.
Primeiro vamos falar dos anteriores.
O primeiro passo é auditoria, se o prefeito anterior roubou, ou apenas usou sem critérios a arrecadação, uma auditoria trará todas as informações.
Ai entra em ação o jurídico, se for o caso processa e pede devolução do que foi roubado. Investiga-se tudo, de parentes a amigos. Todos os contratos, terceirizações, pagamentos, etc.
Ai surge o tal do prefeito, que diz que auditoria é cara. E daí se no final toda a grana possivelmente desviada retornará aos cofres públicos incluindo os custos da auditoria, dependendo da ação.
Mas tem o prefeito e diz: “isso eu não posso fazer” –É claro que não, pois ai a moda pega e o próximo faz com ele e além de tudo, se o anterior era inocente, a quem ele culpará pela própria incapacidade?
Resumindo: Prefeito que culpa o anterior e não tem coragem para fazer auditoria é MENTIROSO. Ou no mínimo tem algum tipo de acordo.
Falta grana:
Falta grana, mas aumentam os cargos públicos e secretarias, afinal é importante pagar os acordos políticos com o dinheiro do povo. Dinheiro do povo não tem dono.
Não tem dinheiro para kits escolares? Tapar buracos? Remédios? Mas tem para festas, pinturas de muros, contratações de pessoas cujas fichas não podem ser publicadas...
Na hora de tapar buracos não o faz com a máquina pública, que já está sendo paga para isso. Terceiriza. Ou é INCAPACITADO, OU DESONESTO. 
Lembrando, que a terceirização é o caminho mais curto para a corrupção.
Hoje é comum o político em campanha dizer que vai resolver tudo, depois de eleito terceiriza tudo.
SE FOR PARA TERCEIRIZAR NÃO PRECISA PREFEITO.
Terceirizam a fiscalização de transito. Se for feito pela própria prefeitura dá mais lucro e gera negócios dentro da cidade. 
Terceirizam a merenda. Se feita nas escolas, ou numa central de alimentação gera negócios dentro da cidade é mais saudável e barato.
Terceirizam transportes. Se for municipal é a metade do custo para o passageiro.
Terceirizam uniformes. Também deixam de gerar empregos e pagam mais.
Terceirizam a saúde. Esse é um caso que deve ser muito investigado. Gasta-se o dobro por um serviço pior.
A única saída seriam as Câmaras Municipais, mas essas são balcões de negócios, um eterno toma lá, dá cá para manutenção de votos de uma camada ignorante, ou interessada em levar vantagens. 

Roberto Amaral - Sob Temer, Brasil vivencia festival de mediocridade e escárnio



Sob Temer, Brasil vivencia festival de mediocridade e escárnio

No comando da Câmara e do Senado, dois figurões das delações da Odebrecht. No STF, um colecionador de filiações em siglas do poder

Rodrigo Maia e Eunício Oliveira poderão ser julgados por Moraes, homem da confiança de Temer
A primeira semana de fevereiro foi pródiga em mediocridade e escárnio. Como anunciado, foram eleitos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente, Eunício Oliveira e Rodrigo Maia, também conhecidos pelos codinomes de ‘Índio’ e ‘Botafogo’ nas listagens de beneficiários de doações ilegais da Odebrecht. Michel Temer, desinibindo-se e decidido a também não mais disfarçar, cria mais um ministério para instalar Moreira Franco, seu colega de trupe e truz, e assim assegurar-lhe foro privilegiado em provável processo da Lava Jato. 
O novo secretário-geral da Presidência, citado 34 vezes em uma única delação, é conhecido, nas listagens de suborno, como ‘Angorá’, que nos remete a um curioso remoque de Leonel Brizola. O coroamento desse festival de absurdos é a indicação do truculento ex-chefe de polícia de Geraldo Alckmin para a Suprema Corte. Gilmar Mendes, aquele que não disfarça seu partidarismo, aguarda-o para um dueto. 
Quem será o substituto de Teori Zavaschi, o discreto? Vejamos. 
A grande imprensa reproduzindo releases oficiais apresenta Alexandre Moraes como jurista, mas é jurista menor, sem prestígio entre os colegas, autor de livros não lidos e não citados, mais conhecidos como literatura para cursinhos de vestibulares. Advogado de banca modesta, seu mais notável cliente é o ex-deputado Eduardo Cunha, hoje na cadeia. No portfólio cabe o registro de uma cooperativa de transportes investigada por ligações com o PCC. 
Fez carreira profissional fora da advocacia, no serviço público, em cargos comissionados nos vários governos tucanos paulistas, até alçar-se à chefia de polícia de São Paulo e daí, por seus defeitos (notadamente o gosto pelo espancamento), ser catapultado para o Ministério da Justiça – onde teve passagem desastrada – e, afinal, o Supremo Tribunal Federal. Sua vida acadêmica não é menos deslustrada. Foi reprovado no exame para a livre-docência e preterido no concurso que aprovou Ricardo Lewandowski. 
Mas o senhor Moraes (apelidado de ‘jardineiro paraguaio’, por um vídeo que fez circular na internet, em que desbasta plantações de maconha no país vizinho, com involuntária jocosidade) não foi indicado pela formação técnica, que não ostenta, nem pela discrição, que não é seu apanágio. Foi escolhido por sua militância político-partidária e pela fidelidade  (valor cultivado como dogma por determinados grupos sociais) a companheiros e eventuais chefes que dele fazem um homem de confiança. 
Prevenido, o multicitado Temer vai arrumando as peças necessárias para enfrentar o ainda desconhecido, pelo menos do grande público, conteúdo das delações da Odebrecht, mantidas sob injustificado sigilo pelo STF. 
Conservador, do ponto de vista político-ideológico, o futuro sucessor de Teori Zavaschi é um colecionador de filiações em siglas do poder: começou no PFL, ex-ARENA e hoje DEM, passou para o PMDB, e agora está no PSDB de Alckmin, flertando com José Serra e Aécio Neves, adversários in pectoris do governador. Afinal terá sua indicação aprovada pelo Senado, asseguram-lhe o presidente Eunício Oliveira e os líderes Romero Jucá (do Governo) e Renan Calheiros (do PMDB), ambos  alvos de delações, acusações e inquéritos no Supremo. 
Estes mesmos senhores serão julgados por Alexandre Moraes, que, antes, será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, presidido pelo senador Edison Lobão (PMDB), outro frequentador das listagens de suborno e à mercê de responder a processo no STF. 
Ministro mais novo na casa, será o revisor dos processos da Lava Jato no pleno da Corte, e assim atuará, desenvolto, em julgamentos envolvendo o presidente da República que o indicou (Temer, lembremos, é referido em delações da inesgotável Odebrecht) e de colegas do governo de que participou exercendo cargo de confiança. 
Decerto Moraes não irá declarar-se impedido. A facção chefiada por Michel Temer inclui, entre personagens menos cotados, e ameaçados de julgamento, Sérgio Machado, o delator-mor, os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, reincidentes, e o ex-presidente José Sarney, isto é, a fina-flor do PMDB governante, denunciados recentemente pelo Procurador-Geral da República pela tentativa de obstruir a Lava Jato. Do julgamento de todos eles participará, sem reserva ética, novo ministro. 
Dizem os jornais que na costura da escolha de Alexandre Moraes esteve o ministro Gilmar Mendes, sempre ele, em conciliábulos entre o Jaburu e o Planalto. Desse ministro pode-se dizer que lhe sobra a cultura jurídica que falta a Alexandre Moraes, mas isso não o impede de ser um mau juiz. Sobram-lhe o partidarismo, o envolvimento político, as decisões que agridem a ordem jurídica, o boquirrotismo fora dos autos, a promiscuidade com o Poder, as antecipações de voto,as agressões a colegas,  as liminares políticas, os pedidos de vista capciosos, as infrações ao Código de Ética da Magistratura. 
Sem despojar-se da toga, e por isso mesmo manchando-a, Gilmar Mendes se transformou em uma espécie de condestável da República e bruxo-conselheiro do presidente da República, que julgará ainda neste ano. Presidente do TSE, Mendes, como se sabe, presidirá o julgamento das contas de campanha da chapa Dilma-Temer, que poderá levar à cassação do mandato do atual presidente. Foram interpostos no Senado dois pedidos de impeachment de Mendes, ambos indeferidos pelo senador Renan Calheiros, que deverá ser julgado no STF pelo beneficiado. 
Tudo, portanto, sob rigoroso controle no regime de exceção. Exceção legal, exceção ética. Esse quadro de degradação republicana deve, no mínimo, provocar uma reflexão profunda sobre os critérios de escolha e nomeação de ministros da Suprema Corte, apartando-os da herança do direito norte-americano do século XIX, e a primeira reforma haverá de ser o fim da vitaliciedade antirrepublicana, substituída por mandatos de dez anos, não renováveis, de par com o fim do foro privilegiado.
Esse debate deve compreender o papel do Conselho Nacional de Justiça e maior democratização e transparência do hoje imperial Poder Judiciário brasileiro. Não pode estar ausente o Conselho Federal da OAB e o silente Instituto dos Advogados Brasileiros, mas deve ser uma plataforma das forças progressistas e democráticas do País. 
A reforma do Poder Judiciário como um todo consiste, portanto, em tarefa a ser tomada a peito pelas esquerdas como ponto de partida para a revisão de seu próprio projeto político.  É preciso, urgentemente, transitar do ‘Fora Temer’ para a construção de um programa alternativo ao neoliberal, autoritário, classista, reacionário que ora se consolida. O Brasil do futuro, se futuro houver, não nos perdoará a omissão, nem tampouco a acomodação. 
Roberto Amaral
 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Roberto Amaral - O desmonte do Brasil avança a passos largos

O desmonte do Brasil avança a passos largos

A arrecadação federal despenca, a indústria definha e o desemprego galopa, enquanto o governo Temer se desfaz do patrimônio nacional


Pedro Parente, presidente da Petrobras, já pode comemorar a queda de nossas reservas para o nível de 2001, após a venda de ativos e a contração dos investimentos em exploração e produção de óleo
A cada dia que passa, a cada medida que adota, o governo Temer mais assume, agora sem rebuços, seu projeto mesquinho de desestruturação do País, por meio do desmantelamento do Estado e da desconstrução da economia nacional, a serviço de interesses internacionais e do rentismo. A política recessiva, o neoliberalismo, o monetarismo arcaico não são fins em si, mas instrumentos de que se vale o situacionismo para destruir o que ainda sobrevive de projeto de desenvolvimento.  
A arrecadação de tributos federais teve uma queda de 3% em 2016, em comparação com 2015, e o declínio não foi maior graças ao ingresso dos 46,8 bilhões de reais advindos da receita extra de impostos e multas da repatriação de recursos ilegais de brasileiros no exterior. Posta de lado essa receita, a queda sobe para 6%. Na comparação entre dezembro de 2016 e dezembro de 2015, a queda foi de 1,19%. A retração no início de 2017 superou 10%, mantendo a expectativa de contração no ano.
Dessa forma, a arrecadação cai pelo terceiro ano consecutivo e retorna ao nível de 2010. As principais quedas se dão entre os maiores empregadores de mão de obra, a saber, no comércio, na construção e na indústria, cujo faturamento caiu 12,1% em comparação com o ano passado. 
E o ajuste fiscal? 
Enquanto a receita míngua, crescem as despesas. As contas do governo ficaram no vermelho pelo terceiro ano consecutivo, com um défict primário de 154,255 bilhões em 2016, o maior rombo desde 1997, resultado do aumento de despesas na ordem de 7,2% em 2016 sobre 2015. 
A estimativa de crescimento de 0,5% do PIB foi revisada pelo Fundo Monetário Internacional para 0,2%, e pode ser ainda menor, enquanto a dívida das famílias cai na proporção em que sobe o gasto com seu pagamento. O crédito encolhe, o peso dos juros sobe de 41% (média de 2014) para 48% (novembro de 2016) e a taxa média dos juros ao consumidor chegou a 71,9% no final do ano passado. A contração da economia até 2016 chegou a 9%. 
Os reflexos nas vendas do comércio de varejo são visíveis e imaginável é a queda das encomendas à indústria, com seu rol de consequências que começa com o desemprego, crescente. Já chegou a 15% e pode, até o final do ano, atingir 20%. Só no ano passado foram eliminados três milhões de empregos com carteira assinada, o que significa três milhões de famílias de trabalhadores no desespero. 
Os Estados, já em crise, enfrentando quedas crescentes de receita, são, ainda, apenados pela União com a cobrança de uma dívida pelo menos discutível. 
Na impossibilidade de privatizar de uma só vez a Petrobras, o governo cuida de fragilizá-la ao limite de renunciar às expectativas do Pré-sal, a maior descoberta de petróleo do planeta nos últimos 30 anos. Parte para a venda fatiada, na bacia das almas, de ativos valiosíssimos de nossa maior empresa, como campos do Pré-sal e outros, de gasodutos, da Liquigás, de sua indústria petroquímica e tudo isso por que o projeto de destruição da estatal visa a reduzi-la à condição de mera produtora de óleo bruto, o que pode ser levado a cabo em pouco tempo. 
À irresponsável venda de ativos soma-se a contração dos investimentos em exploração e produção de óleo, e assim o senhor  Pedro Parente, presidente da estatal, já pode comemorar a queda de nossas reservas para o nível de 2001. A atual direção da Petrobras, criminosamente, praticamente abandonou a atividade de exploração (perfuração de novos poços para ampliar reservas), o que fará com que, em pouco tempo, nosso mercado interno venha a ser atendido majoritariamente pelas petroleiras estrangeiras. 
Fica cada vez mais claro que o grande objetivo é o desmonte do Brasil qual o conhecemos e a entrega de nosso patrimônio, construído com tanto sacrifício e ao longo de tantos anos, a grupos internacionais que avançam sobre todos os setores da economia brasileira, principalmente nos setores vitais, da indústria de um modo geral, do comércio, da educação e da saúde. Coerente com essa política verdadeiramente de terra arrasada, o governo pretende entregar a empresas estrangeiras o controle do tráfego aéreo nacional (o que comprometerá até a aviação militar e os deslocamentos de nossas autoridades). 
Pretende liberar a aquisição integral das empresas brasileiras de aviação a empresas estrangeiras e a política de ‘céus sem fronteiras’ que permitirá a empresas estrangeiras explorar a aviação comercial doméstica, quando nossas empresas encolheram 5,47% no ano passado, o pior desempenho desde 2003. 
Às empresas estrangeiras é liberada a captação de fundos públicos, o que contraria a lógica da atração de capitais estrangeiros, pois, por suposto, viriam eles aumentar a nossa capacidade de investir. Se nem mais capital têm de trazer, virão simplesmente abocanhar fatia crescente do capital privado nacional, acelerando, com a ajuda governamental, a desnacionalização de nossa economia.  Pari passu é autorizada a instalação de 21 Zonas de Processamento de Exportação (ZPES) sem cobrança de contrapartidas, ao lado de concessões de serviços públicos sem a exigência de conteúdo local.
Enquanto isso, segue o esforço da maioria parlamentar, guiada pelo Planalto, visando à destruição da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), à perversa precarização do trabalho em meio à recessão e ao desemprego, e a reforma da previdência que só cuida de prejudicar quem mais dela depende, o assalariado. 
O governo que assim comanda a economia brasileira, permanentemente na corda bamba, sem credibilidade, carente de legitimidade e apoio popular, cuida do dia a dia sem saber se terá amanhã, pois pode e deve ser alcançado pelas delações dos executivos da Odebrecht, recentemente homologadas pela presidente do STF. 
Se salvar-se dessa ameaça, saída improbabilíssima, o ainda presidente pode ter seu mandato cassado como consequência da eventual impugnação pelo TSE das contas da campanha de 2014, embora as chicanas jurídicas do ministro Gilmar Mendes, aquele que não disfarça sua condição de militante partidário e, agora conselheiro do presidente que mais tarde julgará, tenta ora desvincular as candidaturas Dilma-Temer, ora prorrogar ao máximo o julgamento. Enseja ao presidente a renovação de duas ou mais vagas no plenário, inclusive a substituição do relator, o que lhe daria absoluto controle da Corte. 
Festeja-se a homologação das delações, mas é de lamentar a manutenção do sigilo, que só contribui para fortalecer suspeições difusas que são utilizadas para toldar o ambiente já de si tenso após tanta espera. O recurso ao sigilo, ademais, contraria o principio basilar da transparência, segundo o qual a publicidade deve ser a regra e o sigilo a exceção, e só tem servido para o ‘vazamento seletivo’ manipulado nas entranhas dos inquéritos e seus agentes. 
Pelo que se comenta em todos os bastidores da política e dos templos da Justiça, a delação dos executivos e do principal acionista da Odebrecht é grave demais, para os destinos da República e da Lava Jato, pelos seus aspectos intrínsecos, civis e criminais. De igual modo é importantíssima pelos suas evidentes implicações políticas e consequências institucionais, para ser tratada às escondidas, abrindo espaço para suspeições. 
A homologação e o sigilo foram anunciados quando estávamos nas vésperas da eleição das mesas diretoras do Senado Federal e da Câmara dos Deputados que definirá, ademais, a linha sucessória da Presidência da Repúlica, podendo eleger futuros réus da Lava Jato. 
O que está posto à toda evidência é que a conjuntura aponta para uma crise político-institucional potencializada pela crise econômico-social. Neste momento, os partidos precisam de nitidez ideológica afirmada em sua fidelidade a princípios e programas. 
Vencida pela reação sempre enérgica de sua brava militância, a bancada do PT na Câmara tende a ficar onde deve e de onde não pode sair, ou seja, na oposição ao governo títere. Precisa cumprir o papel  – se puder fazê-lo – de aglutinador, sem veleidades hegemonistas, dos partidos de oposição (PDT, PCdoB, Rede e PSol) num bloco parlamentar de resistência ao desmonte do Estado e da economia nacional. 
Do movimento social, sindicatos à frente, a conjuntura exige capacidade de ação,  mobilização permanente, dando sustentação, impulso e vigor  à oposição parlamentar. É hora de ampliar nossos espaços e cuidar de alianças táticas – inclusive com o capital produtivo, que os poucos vai descobrindo o erro que cometeu com a solidariedade ao impeachment. 
Em tais circunstâncias, a superação da crise passa por entendimento que antecipe a eleição direta de novo Presidente da República. Este sim, ungido pelo voto popular, e só nesta condição, terá legitimidade para dar rumo ao País.
Roberto Amaral