Em 2006 foi derrubada a estatua em homenagem aos índios Goitacases em Campos, no Rio de Janeiro. Ninguém falou nada. Esses índios eram os donos do território, uma nação anfíbia, de guerreiros, que andavam totalmente nus, eram mais altos que os das etnias tupis e guaranis e tinham a carne humana como principal fonte proteica em seu cardápio. Como a maioria, não eram monogâmicos. Foram aniquilados por bons cristãos de uma só vez, quando os homens de boas família e tementes a deus, resolveram tomar suas terras e deixaram para eles vários presentes, em pontos estratégicos, contaminados com varíola.
Na minha cidade, Bragança Paulista, um monumento em homenagem aos italianos, foi derrubado sem nenhuma interferência e por máquinas da prefeitura municipal. Outro, na praça central, que fazia alusão ao início da cidade e marcava o ponto zero, foi mutilada pela igreja católica, que resolveu transforma-la em um pedestal de imagem de péssimo gosto, um de seus santos. Nenhum movimento. Nem mesmo a "lei" se pronunciou, talvez o MP local, sequer saiba de suas existências.
Hoje vemos uma gritaria a respeito de um movimento, que deseja retirar do espaço público, os monumentos dedicados a bandidos. Mas não começaram pelo Padre Manoel de Nóbrega, assassino de centenas de Tupinambas no sul da Bahia, nem pelo Duque de Caxias, assassino do povo Maranhense, a pedido dos coronéis latifundiários da época.
A estatua ridícula tem uma viatura vigiando-a por 24 horas, coisa que pobres não tem.
A bronca maior é o assassino Borba Gato. Não seria melhor, no pedestal, uma placa falando sobre seus assassinatos em massa? Contar a história verdadeira, não é a melhor forma de se formar um cidadão?
A outra é a famosa "deixa que eu empurro", no Ibirapuera, obra de arte de Victor Brecheret, que a fez sob encomenda, sem saber a história real.
Homenagem aos Bandeirantes, um nome que sequer existia e só foi criado no século XX, esses assassinos eram chamados de Paulistas, também escravizavam e vendiam índios,
alem de saquearem aldeias.
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